Postagem atualizada em 22/10/2012 às 20h02
Após três dias de debates acerca das Opressões Sociais, o Sinasefe disponibiliza, às Seções Sindicais e seus afiliados, os encaminhamentos aprovados pelo GT Gênero, Raça, Etnia e Trabalho Infantil, realizado entre os dias 19 a 21 de outubro. Para visualizá-los, clique aqui
Nos dias 19 e 20 de outubro, os palestrantes debateram as temáticas propostas em três Plenárias. Maristela Farias, do Movimento Quilombo Raça e Classe, Setorial Negros e Negras da CSP-Conlutas, discorreu a respeito do combate ao preconceito racial e sobre a realidade da mulher negra no Brasil. Já Flávio Bandeira, do Setorial LGBT da CSP-Conlutas, dirimiu dúvidas que são comuns à confusão que se faz acerca dos conceitos de sexo biológico, identidade de gênero e orientação sexual; além de falar do combate à homofobia. Por sua vez, Camila Lisboa, do Movimento Mulheres em Luta – MML, Setorial de Mulheres da CSP-Conlutas, explanou sobre a luta, cotidiana, que a mulher precisa travar no respeito e garantia aos seus direitos, frente à Opressão Machista que lhe reprime, muitas vezes dentro de seu próprio lar.
Maristela Farias parabenizou a iniciativa do Sinasefe em discutir a temática das Opressões, e ainda mais por um período de três dias: “há uma debilidade muito grande do movimento sindical de integrar esse debate – entender a discussão de raça e classe – da luta contra opressões”. Ela, que além de militante é servidora pública do estado do Rio de Janeiro, defendeu as cotas para negros, afirmando que “só quem é oprimido é que sente a opressão”.
“Precisamos fortalecer os sindicatos contra opressão dentro da classe trabalhadora”, esclarece Flávio Bandeira. O palestrante, que divide a sua vida entre a militância e suas atividades profissionais na área da saúde, acredita que os Sindicatos se formaram para lutar por melhores condições de trabalho, mas que para isso precisa estar, também, associado à luta contra o machismo, o racismo, o homofobia e a xenofobia, dentre outras. Flávio disse também que o Setorial LGBT da Central Sindical, preocupado com a Opressão Sexual de que é vítima a classe trabalhadora, oferece cursos, a fim de discutir especificamente essa questão, aos Sindicatos e a quaisquer outros movimentos que aglutinam os trabalhadores.
Camila Lisboa conta que uma das ações do MML é fortalecer o trabalho dos Sindicatos e estimular a participação da mulher, que precisa se dividir entre o trabalho, filhos e tarefas do lar, na luta. “Hoje, cerca de 40% das mulheres no Brasil são chefes de família e apenas 18% das crianças tem acesso à creche no Brasil”, afirma Camila. No último Encontro das Mulheres, realizado pela CSP-Conlutas, foi votado, entre todos os participantes, como princípio da Carta das Mulheres, que houvesse creches dentro das instituições sindicais.
O último domingo (21) foi marcado pela discussão, no GT, sobre a realidade do trabalho infantil e as consequências da troca injusta das primeiras fases da vida pelas obrigações. Como encaminhamento da Plenária que tratava, especificamente, do tema “Educação: a resposta certa contra o Trabalho Infantil”, os participantes sugeriram, dentre outras proposições, a participação e a promoção do GT em ações públicas, nos estados, e junto aos demais Sindicatos, para o combate ao trabalho infantil, além de propor que sejam feitas denúncias de exploração do trabalho infantil junto ao Programa de Erradicação ao Trabalho Infantil – PETI .
O Sinasefe agradece a participação extremamente rica em conteúdos e em experiências, que resultou nos encaminhamentos a serem remetidos ao próximo 27° Consinasefe, para análise de sua Direção Nacional e Seções Sindicais.
O GT Gênero, Raça, Etnia e Trabalho Infantil, por seu turno, espera da Direção Nacional, após análise, uma resposta satisfatória ao seu pedido de inclusão de uma “Mesa” específica, a fim de discutir, com todos os Delegados presentes ao seu 27º Congresso, a temática das Opressões.
Os participantes do referido GT aprovaram, como data de sua próxima reunião, os dias 15 a 17 de fevereiro de 2013.