Candidatos à Presidência da República participaram de debate promovido pela CSP-Conlutas

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Candidatos à Presidência da República participaram de debate promovido pela CSP-Conlutas

Postagem atualizada em 30/08/2014 às 21h04

Os candidatos à Presidência da República José Maria de Almeida (PSTU) e Mauro Iasi (PCB), e o candidato a vice-presidente pelo PSOL, Jorge Paz, participaram na manhã deste sábado (30/08) de um debate organizado pela CSP-Conlutas, na capital paulista. O debate constava na programação da reunião da Coordenação Nacional da Central (de 29 a 31 de agosto), que tem a participação do SINASEFE NACIONAL e de Seções Sindicais filiadas à CSP-Conlutas.

Entre as questões apresentadas pelos participantes, estiveram as soluções para a mobilidade urbana; as políticas de educação; de segurança pública; a valorização dos trabalhadores; assim como as diferenças entre as candidaturas e as concepções de cada partido que impossibilitaram uma frente única nestas eleições.

Na contramão da grande imprensa, que “esconde” estas candidaturas da população, privando-as da participação em debates (salvo quando obrigadas à inserí-las por força de Lei) e entrevistas coletivas de grande repercussão, a CSP-Conlutas promoveu um debate apenas com elas, por entender que são as únicas que carregam em seus programas um conteúdo em defesa da classe trabalhadora brasileira.

O que disse Jorge Paz (PSOL)

O professor e sindicalista Jorge Paz frisou a necessidade de uma reforma política, da importância do financiamento público de campanhas e da auditoria da dívida pública, além de reivindicar as pautas progressistas das jornadas de junho de 2013.

O candidato a vice-presidente pelo PSOL falou sobre a proposta do partido para a economia. “Queremos a auditoria da dívida pública, a partir da qual haverá a suspensão da maior parte do que é creditado como dívida. Propomos ainda a taxação das grandes fortunas. Essa não é uma crise dos brasileiros e nem dos trabalhadores”, declarou.

Ele defendeu a melhoria dos serviços públicos e mais investimentos na agricultura familiar em detrimento ao agronegócio. Jorge Paz ainda foi questionado – pelo coordenador geral do SINASEFE, Alexandre Fleming – sobre o apoio declarado do candidato ao governo de Alagoas pelo PSDB, Julio Cezar Silva, à candidatura de Heloísa Helena (PSOL) ao Senado. “Não há coligação com o PSDB em Alagoas”, defendeu o vice-presidenciável.

Assista aqui a apresentação do candidato a vice-presidente pelo PSOL, Jorge Paz.

O que disse Mauro Iasi (PCB)

Mauro Iasi, também professor, defendeu a “desmercantilização da vida” – ou seja, a impossibilidade de se transformar em mercadoria tudo aquilo que seja necessário à vida das pessoas -, o que não seria possível, segundo ele, sem a estatização de todo o sistema financeiro e mudanças profundas na estrutura econômica em vigor. Reforma agrária, novo modelo de cidades e o não pagamento da dívida pública também foram pautados pelo candidato, que recebeu os primeiros aplausos do plenário.

Ele destacou que o PCB é contrário ao Plano Nacional de Educação (PNE) aprovado em maio deste ano pelo Congresso Nacional. “Nós estamos defendendo as posições que saíram do Encontro Nacional de Educação (ENE)”, enfatizou Iasi. O candidato avalia que é fundamental rejeitar o PNE e propor uma alternativa de acordo com novos princípios. “Acreditamos que isso se constrói em um espaço como o Encontro Nacional”, propôs.

Sobre a política de segurança pública, Iasi disse que defende o fim da Polícia Militar, com a unificação das polícias. “E uma profunda reestruturação de um Plano Nacional de Segurança, que articule dimensões de saneamento, de reforma urbana. É como vamos atacar os problemas de fundo”, apontou.

Assista aqui a apresentação do candidato a presidente pelo PCB, Mauro Iasi.

O que disse Zé Maria (PSTU)

Independência de classe nas eleições foi uma bandeira levantada por Zé Maria logo no início de sua exposição. O exemplo da degeneração do PT, que se aliou aos empresários para obter apoio da mídia e financiamento para campanhas, foi citado pelo candidato, assim como críticas ao PSOL, que se coligou ao PT e ao PSB no Amapá.

Sobre as políticas de transporte, Zé Maria defendeu o investimento de pelo menos 2% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas do país, na malha metroferroviária, além da estatização de todo o sistema.

“Não há solução sem investimento muito maior do que há hoje. Hoje, há o subsídio para o carro, que entope as ruas e não resolve o problema da mobilidade urbana”, disse o representante do PSTU. O candidato lembrou que, durante as manifestações de junho de 2013, seu partido apresentou à prefeitura de São Paulo-SP a proposta de suspensão do pagamento da dívida pública do município e o repasse deste dinheiro à uma entidade filantrópica para financiar o transporte público. “Com isso, seria possível a tarifa zero em São Paulo”, defendeu Zé Maria.

Assista aqui a apresentação do candidato a presidente pelo PSTU, José Maria de Almeida.

Metodologia

O debate foi dividido em três blocos. No primeiro os presidenciáveis falaram por 20 minutos sobre a conjuntura política atual e as propostas de suas candidaturas. O segundo e o terceiro bloco foram de perguntas dos trabalhadores presentes à reunião da CSP-Conlutas. E no terceiro bloco os candidatos também deixaram suas considerações finais.

Presenças e ausência

Além dos três citados, as candidatas à vice-presidência do PSTU (Cláudia Durans) e PCB (Sofia Manzano) estiveram no evento e foram aplaudidas pelos presentes. Luciana Genro, representada por seu vice, não pode estar presente devido à uma atividade de campanha inadiável em Santa Maria-RS.

Mulheres na condução do debate

A mediação do debate ficou por conta de duas mulheres. Camila Lisboa, metroviária de São Paulo, demitida pelo governo Alckmin por conta de exercer seu direito de greve em junho e reintegrada nesta semana; e Silvana Pineda, professora do Colégio Militar de Porto Alegre-RS e coordenadora geral do SINASEFE NACIONAL, conduziram o debate entre os candidatos, estando ambas na mediação da mesa.

A representante do Movimento Mulheres em Luta (MML), Marcela Azevedo, entregou nas mãos dos três candidatos um conjunto de propostas e reivindicações das mulheres trabalhadoras, solicitando o apoio às pautas e divulgação das mesmas pelas candidaturas.

Voto nulo

Após a exposição inicial dos candidatos, Vitor Ritmann, do Movimento Revolucionário Socialista, fez uma defesa pela opção do voto nulo, frisando que as lutas são mais importantes que o pleito e que as eleições precisam ser abandonadas pela retomada da estratégia revolucionária pelos socialistas. “No segundo turno, acredito eu, todos nós deveremos estar numa frente unificada pelo voto nulo, esse país precisa de uma revolução”, defendeu Vitor.

Veja também

  1. SINASEFE participa da reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas neste final de semana (Fonte: SINASEFE NACIONAL)

  2. Coordenação Nacional: sábado (30) terá espaço para discussão sobre as eleições 2014 com candidatos à presidência (Fonte: CSP-Conlutas)
  3. Candidatos de esquerda à presidência realizam debate no segundo dia da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas (Fonte: CSP-Conlutas)
  4. Candidatos do PSOL, PSTU e PCB participam de debate em SP (Fonte: Empresa Brasil de Comunicação)
  5. Galeria de fotos do debate (Fonte: CSP-Conlutas)
Matéria escrita com informações da EBC e da CSP-Conlutas