#20denovembro Dia da Consciência Negra

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#20denovembro Dia da Consciência Negra

Postagem atualizada em 20/11/2014 às 2h00

Dos 514 anos de história do Brasil, 388 tiveram a legitimação da escravidão da população negra e dos povos indígenas. Cerca de 14 milhões de seres humanos escravizados foram transportados para as Américas. Nosso país, inserindo-se num perverso capitalismo de tipificação colonial, foi a última nação da América Latina a abolir legalmente a escravidão.

Somente em nossos 125 anos mais recentes que os negros puderam ser vistos enquanto trabalhadores livres. Mas que liberdade foi essa?

Veio a liberdade, foi-se a escravidão, mas permaneceu o preconceito. Os negros, libertos das mãos dos senhores de engenho, foram dispensados dos antigos empregos sem direito a nada. Passaram a trabalhar por salários muito inferiores aos dos imigrantes estrangeiros ou somente por comida, vestuário e moradia. A exploração do povo negro em nada mudou!

Foi daí que se formaram nossas favelas, fruto da ausência de políticas sociais e da incapacidade do Poder Público em pagar a dívida histórica que contraiu com o povo negro. Até 1934 sequer o direito ao voto lhes era facultado.

Doce é a ilusão de que vivemos, hoje, num país sem racismo. A população negra recebe os piores salários, enfrentam dificuldades no acesso à educação e ao emprego. Não é incomum, embora seja ilegal, ver anúncios de ofertas de emprego citando a cor da pele como requisito ao cargo. Os grupos extremistas, de intolerância e que pregam discurso de ódio, existem aos montes e o Estado pouco faz para combatê-los.

Pela construção de um serviço público livre do racismo, chamamos a atenção de todos, neste mês da Consciência Negra, sobre as formas como o preconceito e a discriminação estão inseridas e naturalizadas em nossas práticas. Tornar este debate sempre presente, como as bases do Sinasefe Ifes, do Sinasefe São Paulo, Sindscope e Sintietfal fizeram, é algo mais do que necessário.