MML promove Seminário de Mulheres Negras

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MML promove Seminário de Mulheres Negras

Postagem atualizada em 07/07/2016 às 14h49

Nos dias 23 e 24 de julho acontece o 1º Seminário Nacional do Movimento Mulheres em Luta (MML) “Mulheres Pretas têm História”. As vagas são limitadas para 300 participantes e as inscrições podem ser realizadas até o próximo dia 15 de julho (sexta-feira). A atividade será realizada nas dependências do Sindicato dos Metroviários, em São Paulo-SP. Um site com informações sobre como se inscrever, programação e muito mais está no ar, confira. O SINASEFE integra o Movimento Mulheres em Luta em diversas Seções Sindicais e destaca a importância da atividade para o aprofundamento dos debates de gênero, raça e classe.

A programação do seminário prevê, além das mesas,  oficinas de debate com temáticas diversas no universo da mulher negra: educação, saúde, cultura, violência, religiões de matriz africana, identidade e representatividade, dentre outros. Também estão previstas oficinas de turbante, maquiagem, maracatu, hip-hop, cinema, boneca abayom e customização.

Confira o texto de divulgação do evento, elaborado pelo MML:

Partimos da compreensão histórica de que o sistema escravista deixou resquícios nefastos para os negros e as negras da nossa classe, até os dias de hoje. Seja na manutenção da população negra nas condições sociais mais pauperizadas e nos postos de trabalho de maior exploração e precarização. Seja na reprodução da ideologia do mito da democracia racial, que faz com que a sociedade brasileira, incluindo dirigentes sindicais e movimentos sociais, não considere as diferenças estabelecidas entre negros e não negros no cotidiano.

No caso das mulheres negras, a situação é ainda pior, pois a combinação do machismo e do racismo impõe um grau de opressão e exploração absurdo, que se reflete também na organização para lutar, separando as mulheres negras dos movimentos feministas gerais.

Entendendo que somos um movimento de mulheres trabalhadoras, é necessário que assumamos a tarefa de superar essa dicotomia e avançar na organização de um programa e uma entidade na qual as mulheres negras tenham voz e possam se sentir representadas, sem a pretensão de substituir qualquer forma organizativa própria do feminismo negro ou dos movimentos de luta pela questão racial. Nesse sentido, o Encontro constituirá uma espaço de formação, debate e troca de conhecimentos e experiências. Paralelamente, será também uma forma de saudar a coragem e disposição de luta demonstradas pelas mulheres negras ao longo da história, liderando quilombos e terreiros; preservando os elementos africanos na cultura brasileira; sendo o sustento da família negra no período pós-abolição e até os dias de hoje, em que muitas delas criam seus filhos sozinhas.

A partir daí, farão parte do debate temas como a identidade e resistência da mulher negra, o machismo e o racismo no mundo do trabalho e no sindical, as religiões de matrizes africanas, assim como as formas culturais de resistência.

Em um momento em que as mulheres negras são vanguarda em lutas importantes da classe trabalhadora e da juventude, esse seminário ganha um destaque ainda maior, pois “Mulheres pretas têm e continuam fazendo história”!