Postagem atualizada em 05/04/2017 às 2h46
Após meses de definições e ensaios, a greve geral da classe trabalhadora brasileira tem, enfim, data para acontecer: será no próximo dia 28 de abril.
O acordo entre as principais centrais sindicais do país em torno desta data foi firmado no dia 27 de março, em reunião realizada em São Paulo-SP. Agora é “arregaçar as mangas” e ir à construção deste movimento paredista – tarefa que o SINASEFE NACIONAL convoca todas as suas bases a participar!
Aglutinação de lutas
A intensificação da agenda antitrabalhadores criada pelo governo Temer – com a aceleração das Reformas da Previdência (PEC 287/2016) e Trabalhista e a aprovação covarde de um projeto de terceirização ampla e irrestrita da Era FHC – fomentou a construção mais imediata da greve geral.
O chamado ao movimento paredista nacional foi assinado por nove centrais sindicais: CGTB, CSB, CSP-Conlutas (central a que somos filiados), CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical, Nova Central e UGT.
Deliberações de Plenas
Em diversas das nossas mais recentes plenárias nacionais, o tema greve geral foi abordado com sucessivas aprovações dos delegados presentes nos fóruns.
Em sua última reunião, os diretores do SINASEFE aprovaram uma carta aberta convocando as centrais a convocarem rapidamente a greve geral, propondo a segunda quinzena de abril como momento propício para a mesma.
O documento foi publicado na manhã de 27/03 e, coincidentemente, na noite do mesmo dia as centrais aprovaram a data de 28 de abril como sendo a da tão esperada greve geral!
Mas, afinal, o que é uma greve geral?
Nos últimos três anos (2014 a 2016) nossas seções construíram três grandes greves nacionais que duraram, somadas, 243 dias de paralisação. Em nossa história sindical são 17 greves, cada uma com suas trajetórias, suas conquistas e, também, suas derrotas – não vencemos sempre, mas fizemos a coisa a se fazer sempre que foi necessário: lutamos!
Esse ano algumas bases estão em dúvida quanto à greve geral que estamos construindo e será deflagrada em 28 de abril. Afinal, iremos paralisar novamente por tempo indeterminado?
Quanto a isso, cabe esclarecer que a dinâmica de uma greve geral é diferente das greves da educação federal. A greve geral bloqueia todo o setor produtivo do país, paralisando por completo a economia e forçando o governo a chamar as centrais sindicais à mesa de negociação imediatamente.
A greve geral do próximo dia 28 de abril, que terá a participação do SINASEFE e das suas bases, não durará mais do que um (ou alguns poucos) dia(s) de paralisação, enquanto as nossas greves da educação federal foram sempre longas e duras, já que os governos nunca nos trataram como prioridade e sempre se negaram a nos receber em mesas negociais com a devida brevidade.
Nota da DN
Uma nova nota da diretoria do SINASEFE foi aprovada nesta terça-feira (04/04), convocando nossas seções sindicais e bases à construção da greve geral. Confira abaixo o documento na íntegra.
Paremos todos os campi e reitorias da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e dos Colégios Militares no dia 28 de abril
No último dia 27 de março as centrais sindicais aprovaram o dia 28 de abril como o dia de realização da greve geral no Brasil. Assim, queremos aqui realizar o mais amplo chamado às bases do SINASEFE para participarem deste dia de greve geral. Orientamos, também, que as nossas bases participem ativamente das ações unitárias que visem a construção desse movimento.
As centrais sindicais, ao aprovarem a realização da greve geral, formularam três eixos de luta:
- Contra a Reforma da Previdência (Proposta de Emenda à Constituição nº 287/2016) – que, se aprovada, nos obrigará a trabalhar até morrer, ou seja, a referida PEC representa o fim da aposentadoria dos brasileiros;
- Contra a Reforma Trabalhista – que ameaça acabar com direitos históricos conquistados pela classe trabalhadora, como férias, 13º salário e tantos outros;
- Contra as Terceirizações – que precarizam o trabalho e ameaçam acabar com a existência dos servidores públicos, podendo acarretar, inclusive, na terceirização da atividade docente e na extinção das carreiras dos professores federais e dos técnico-administrativos em educação. Essas carreiras são frutos das muitas lutas e greves que realizamos nesses 28 anos de existência do SINASEFE e não abriremos mão dessas conquistas.
O SINASEFE, em sua história aguerrida, sempre lutou (e luta) contra todos esses ataques e, em específico, neste último período de Plenárias Nacionais, compreendemos que sem uma greve geral da classe trabalhadora não seriamos capazes de derrotá-los.
Neste sentido, depois da recente jornada de lutas que participamos ativamente, com mobilizações, paralisações e greves nos dias 8, 15, 28 e 31 de março, chegou a hora de nos somarmos junto aos demais segmentos da classe trabalhadora para uma luta ainda maior e mais intensa.
No dia 28 de abril vamos parar o Brasil! Para isso, compreendemos que o papel do SINASEFE, desde sua Direção Nacional (DN) até suas mais de 90 seções sindicais, é de paralisar todos os campi e reitorias da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica; dos Colégios e Escolas Militares; do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES); e do Colégio Pedro II (CPII). Esta deve ser a contribuição do SINASEFE e das suas bases à luta de toda classe trabalhadora no próximo dia 28.
Para tanto, necessitamos que sejam organizadas assembleias, plenárias e a construção de comitês populares contra a Reforma da Previdência, a Reforma Trabalhista e as terceirizações. Só assim iremos parar todo o Brasil em 28 de abril, realizando manifestações nos munícipios, estados e no Distrito Federal.
Nos locais de trabalho onde ainda não há seção sindical organizada ou há dificuldades de mobilização, colocamos a DN do SINASEFE à disposição para poder realizar assembleias e aprovarmos a greve geral pela base.
Companheiros e companheiras do SINASEFE, agora é a hora de colocarmos a “mão na massa” e realizarmos uma forte greve geral no Brasil. Do contrário, veremos a nossa Rede Federal ameaçada de extinção pelo projeto privatista e neoliberal do Governo Temer.
Vamos à luta!
Greve geral em 28 de abril!
A vitória será nossa!
Brasília-DF, 4 de abril de 2017
Direção Nacional do SINASEFE
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