O racismo ainda continua: não temos o que comemorar!

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O racismo ainda continua: não temos o que comemorar!

Postagem atualizada em 20/11/2017 às 19h08

A luta da população negra vem, ao longo dos séculos, sendo travada, dia após dia, pelos os direitos de igualdade e respeito. O mito da democracia racial persiste em nosso pais, mesmo depois de quase quatrocentos anos da morte de Zumbi dos Palmares.

Uma pesquisa do IBGE de 2017 apontou 13 milhões de desempregados, sendo a maioria pretos e pardos. Pessoas pretas e pardas têm mais probabilidade de viver em lugares com condições precárias, sem acesso simultâneo à água, educação, esgoto e coleta de lixo – em relação à população branca.

Não há muito o que se comemorar pela nação negra, que vem sofrendo com genocídios no país desde então. Entre os jovens negros a violência e o racismo são bem maiores.

As mulheres negras morrem mais que as brancas. Elas representam 58,8% das vítimas em casos de violência doméstica. Também são 65,9% das que sofrem com a violência obstétrica, como aponta a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O objetivo central da comemoração do Dia da Consciência Negra é a conscientização de todos sobre as lutas e batalhas que a população afrodescendente do Brasil enfrenta e enfrentou ao longo do tempo e nos dias atuais.

20 de novembro foi escolhida por ser a data da morte de Zumbi dos Palmares, que ocorreu em 1695. São 322 anos de sua morte! A escolha dessa data serviu para manter viva a lembrança de que o fim da escravidão foi conseguido pelos próprios escravos. Ainda temos vários Zumbis e várias Dandaras lutando pela liberdade de suas terras.

Sabemos que o fim da abolição não representa o fim dos problemas sociais para a população afrodescendente brasileira, que ainda resiste aos confrontos nos aspectos religiosos e culturais. Nossa sociedade vive um dos piores momentos da economia do país e, com ela, nossa população negra tem sido a mais prejudicada.

O dia 20 de novembro nos serve para se comemorar e celebrar as vitórias que Zumbi conquistou! Infelizmente ainda temos que continuar com lutas diárias contra o racismo, a desigualdade e a violência que a população negra sofre cada vez mais: um povo que nunca foge da luta!

Sobre a autora

Márcia Raquel é técnica-administrativa do Instituto Federal do Piauí (IFPI) e secretária-adjunta da pasta de Formação Política e Relações Sindicais do SINASEFE.

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