28/06: Dia Internacional do Orgulho LGBT

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28/06: Dia Internacional do Orgulho LGBT

Postagem atualizada em 28/06/2018 às 16h19

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Nosso texto para reflexão neste 28 de junho, Dia Mundial do Orgulho LGBT, poderia ser iniciado de inúmeras formas. Comemorando a retirada da transexualidade do hall de transtornos mentais pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Comentando a conquista da alteração do nome civil, sem a necessidade de cirurgia de mudança de sexo. Denunciando o genocídio mundial desta população, do qual o Brasil lidera vergonhosas listas. Ou, ainda, traçando um breve histórico da origem desta data. Foi difícil escolher como iniciar reflexões tão importantes, então resolvemos, indiretamente, colocar um pouco de tudo.

Histórico

Esta data surgiu a partir dos eventos que ficaram conhecidos como a Revolta de Stonewall: em 1969, uma batida policial realizada num bar frequentado pela comunidade LGBT de Nova Iorque, o Stonewall Inn, desatou uma rebelião popular que duraria dias e culminaria na primeira parada do orgulho gay da história. A partir de então, a pauta LGBT ganharia o mundo, inspirada por aqueles acontecimentos extraordinários.

Quase 50 anos depois

Quase cinco décadas se passaram e apesar de conquistas importantes (algumas citadas acima), a maioria dos LGBTs ainda precisa driblar a estigmatização e a violência (inclusive de Estado) para seguir existindo.

Relações homossexuais são consideradas crime em mais de 70 países, com punições que variam da prisão à morte. No Brasil, apesar do casamento entre pessoas do mesmo sexo ser reconhecido desde 2011, foram contabilizados 445 assassinatos de LGBTs somente no ano de 2017. Leia mais no relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB). Contraditoriamente, apesar de ser o país que mais mata pessoas trans no mundo, o Brasil também é recordista no consumo de material pornográfico relacionado à transsexualidade – uma combinação perversa entre preconceito e hipocrisia.

Copa da Fifa e a luta LGBTs

Com a Copa do Mundo da Fifa na Rússia, a causa LGBT voltou ao centro dos debates em todo o planeta. Desde 2013, a Rússia proíbe manifestações públicas de homoafetividade, o que passou a ser denominado no país como “propaganda gay”. Com o pretexto de “proteger as crianças”, o governo russo tem perseguido ferozmente qualquer manifestação pública em defesa dos direitos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transsexuais. Apesar do compromisso público assumido pela Fifa de que torcedores estrangeiros não sofreriam qualquer abuso em função de sua sexualidade, o clima passou a ser de insegurança após grupos de extrema-direita russos terem prometido “caçar” homossexuais durante a Copa.

LGBTs e a Rússia

A situação dos LGBTs na Rússia reflete o drama vivido por essa parcela da população em todo o mundo. Mas, curiosamente, nem sempre as coisas foram assim. Após a revolução de 1917, a Rússia tornou-se um dos primeiros países a descriminalizar a homossexualiade tratando-a como questão de natureza privada. Isso ocorreu após a abolição do atrasado código penal czarista, que incluía a “sodonomia” como crime. A partir de então, LGBTs conquistaram cada vez mais espaço na vida social, nas artes e na política da então União Soviética. Caso emblemático é o de Georgii Chicherin, figura proeminente entre os revolucionários e que ocupou o cargo de comissário do povo para assuntos estrangeiros durante anos. Infelizmente, tais conquistas começaram ser destruídas durante o período stalinista: a homossexualidade era vista como um desvio “pequeno-burguês” pela burocracia soviética, sendo brutalmente reprimida. E daí para pior.

Leia mais

Em 2014 essa pauta foi tratada pela ativista trans Lucci Laporta, que falou sobre a história do dia 28 de junho como um dia de Orgulho. Em 2017 nossa reflexão sobre este tema se direcionou ao aspecto educacional e nosso papel nesta luta, confira o texto elaborado por Moema Carvalho.