De que lado você está: Marielle ou Bolsonaro?

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De que lado você está: Marielle ou Bolsonaro?

Postagem atualizada em 13/03/2019 às 19h14

Quem estará nas trincheiras ao teu lado? | E isso importa? | Mais do que a própria guerra.

Ernest Hemingway

Às vésperas de completar um ano da morte de Marielle e Anderson ocorreram as primeiras prisões em decorrência do crime que ganhou repercussão mundial: a execução de uma vereadora no exercício de seu mandato.

Marielle foi eleita por representar o povo pobre das periferias, as mulheres, os pretos, as pretas, a população LGBT e todos os seguimentos oprimidos e excluídos socialmente. Sua atuação política a colocava claramente de um lado na luta de classes: o nosso lado! E isso contrariava os interesses das classes dominantes, especialmente da bandidagem mais truculenta: as milícias, que se caracterizam pelo caráter repressivo e possuem ligações com o Poder Público, se tornando um setor muito perigoso de ser enfrentado.

As circunstâncias das mortes de Marielle e Anderson não deixam dúvidas disso. Após compartilhar uma publicação na qual denunciava a violência policial durante operações na Favela de Acari, que resultou na morte de jovens, Marielle e seu motorista foram assassinados em uma via de grande circulação com vários disparos de arma de fogo. As imagens das câmeras de segurança misteriosamente desapareceram.

Só agora, quase um ano depois do crime, os suspeitos de perseguir a vereadora e efetuar os disparos, dois ex-PMs, Roni Lessa e Élcio Vieira de Queiroz, foram presos. Indícios da premeditação da execução foram encontrados com eles, como os horários e as rotinas de Marielle. Informações de quem fez um levantamento prévio e, provavelmente, se valendo de mecanismos de busca exclusivos da vigilância policial.

O que há de mais escandaloso no caso é que a cada novo elemento que aparece o nome da família Bolsonaro fica mais fortemente envolvido.

O primeiro suspeito do assassinato, Adriano Magalhães de Nóbrega, membro de um dos mais poderosos grupos de milicianos (o Escritório do Crime), mantinha sua mãe e sua esposa lotadas no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

Um dos suspeitos preso ontem (12/03), além de ter fotos com Bolsonaro, é seu vizinho. Outro fato relevante é o relacionamento do filho de Bolsonaro com a filha de Lessa. E tem sido questionado, ainda, sobre como um policial consegue pagar uma casa num condomínio de luxo, o Vivendas da Barra.

Há uma série de questionamentos que precisam ser respondidos: quem mandou matar Marielle? É coincidência um suspeito ser vizinho de Bolsonaro? Ter fotografias com o Presidente? Qual é a relação da milícia com a família Bolsonaro?

Fato é que a família Bolsonaro, que tenta se colocar como “Família Real” à frente do Poder Executivo, não consegue esconder a sua relação com suspeitos de participação no crime organizado. Para além dos laranjas e dos empresários que patrocinaram sua campanha de fake news, estamos falando do crime organizado. Já vimos em outros países o que significa o crime armado e organizado na presidência, a exemplo do terror na Colômbia, no México e na Itália. O futuro será sombrio se seguirmos nesse caminho.

A nossa opção é o caminho apontado pela militância, o caminho seguido por Marielle: organizar os trabalhadores e as trabalhadoras em todos os espaços, fortalecer as fileiras da resistência e enfrentar os ataques de Bolsonaro aos nossos direitos, as milícias e o crime organizado que se infiltra nas estruturas do Estado brasileiro.

Marielle vive!

Fora Bolsonaro!

Milicianos no governo, não!

Direção Nacional do SINASEFE

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