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14º ESCIME: cobertura do 1º dia

Postagem atualizada em 25/11/2022 às 21h49

O SINASEFE realiza, entre 25 e 27/11, no Praia Centro Hotel, em Fortaleza-CE, o 14º Encontro dos Servidores Civis das Instituições de Ensino Vinculadas ao Ministério da Defesa (ESCIME). Confira a programação completa do evento aqui. Acompanhe nesta postagem a cobertura do 1º dia de evento (25/11 – sexta-feira). Os acontecimentos aparecem na ordem dos mais recentes aos mais antigos, com imagens e textos descritivos abaixo:

18:31 às 20:02 – No último ponto de pauta do primeiro dia, participantes fizeram relatos resumidos de situações, por vezes inacreditáveis de tão absurdas, enfrentadas pelos trabalhadores nas instituições ligadas ao Ministério da Defesa. “Nosso objetivo é construir esse dossiê e fazer com que chegue nas mãos do novo governo e do presidente Lula” destacou Flávio Barbosa ao abrir o ponto.

Integrantes do CMRJ comentaram alguns dos casos que reuniram no relatório que vai compôr o dossiê do SINASEFE, como a precária infraestrutura física (inclusive com ataques recorrentes de roedores) recente perseguição que o servidor Marcelo Assunção está enfrentando. No caso do Colégio Militar de Recife, a remoção arbitrária do servidor Flávio Barbosa e as perseguições recorrentes ao servidor Marcelo Teixeira, integrante da atual Direção Nacional do SINASEFE, foram comentadas.

Mais de dez relatos foram apresentados, serão sistematizados pelo SINASEFE, entregues ao governo eleito e divulgados no momento devido.

O ponto foi finalizado com uma bela paródia cantada pela servidora Liliana Costa (CMF), de autoria conjunta com os professores Gabriel Lacerda (do CMRJ) e João Leão (CMF). “Que bom poder estar aqui, pensando em educação, é coisa que não tem mais fim, que move a imaginação e se a gente começar, sem medo de questionar, não fragmentar, mas articular, então se reinventar, pra gente refazer o bê a bá, há que se desejar, deixar florescer”.

18:13 às 18:26 – Após pausa do lanche e inscrições finais, ponto de pauta de “Políticas de contratação, concursos e avaliação funcional” é finalizado. Propostas de encaminhamentos apresentadas serão recebidas pela organização por escrito e sistematizadas para aprovação na plenária de domingo (27/11).

Participantes também homenagearam a memória a sindicalizada Márcia Moura, do Sinasefe CMR- EAMPE.

Márcia Moura, presente!

16:23 às 17:35 – Denúncias de situações absurdas e irregulares nas avaliações funcionais, da falta de concursos e de servidores civis, inclusive com a contratação de militares nas vagas que seriam para civis, foram repetidas por vários participantes. “É inadmissível que tenhamos nossa avaliação funcional seja feita por militares, ela precisa ser feita por nossos pares e precisamos lutar por isso” destacou uma servidora de colégio militar. Participantes pausaram atividade para um lanche.

15:02 às 16:20 – Flávio Barbosa reiniciou os trabalhos do 14º ESCIME comentando as dificuldades organizativas dos servidores civis nas instituições de ensino vinculadas ao Ministério da Defesa, segundo ponto de debates do dia. Diversos trabalhadores fizeram suas intervenções.

As perseguições, isolamentos, impedimentos de reuniões e divisões impostas pelas gestões militares, além das denúncias de retiradas de direitos (como a marcação de férias completas) foram pautas recorrentes. A lembrança de momentos, raríssimos, de mais liberdade e sugestões de formas de aproximar o sindicato dos(as) trabalhadores(as) também foram pontuadas nas falas de vários participantes.

Ideias como a realização de eventos fora dos ambientes de trabalho, atividades de lazer e culturais, e a aproximação cotidiana via redes sociais, buscando sempre apresentar o contraponto das situações sob o olhar dos trabalhadores, foram colocadas.

A reivindicação histórica dos trabalhadores civis, de se reunir em seus locais de trabalho, assegurando um direito previsto inclusive em legislações internacionais, também foi pautada repetidas vezes. A expectativa de vários participantes é de avançar nesta pauta com o futuro governo Lula.

A memória de uma ampliação das lutas sindicais, mesmo durante a pandemia, em greves sanitárias e em espaços virtuais e híbridos foi pontuada.

Surgiu também a sugestão de que servidores(as) sempre busquem fazer o registro formal das situações de ilegalidades, assédios e irregularidades (tanto em nível institucional quanto sindical).

Um encaminhamento apresentado, a ser debatido ao final do evento, foi a criação de uma pasta, no âmbito da Direção Nacional, específica para assuntos de servidores civis das instituições de ensino vinculadas ao Ministério da Defesa.

12:21 às 12:42 – Convidados finalizaram, com falas curtas, o ponto de análise de conjuntura. Antes de fechar os trabalhos da manhã, todos(as) participantes fizeram um minuto de silêncio pela vida das pessoas mortas num ataque à escolas no Espírito Santo na manhã de hoje. Retomada das atividades do evento ficou marcada para 14h30.

11:41 às 12:20 – Participantes do 14º ESCIME também se posicionaram sobre a conjuntura. Foram realizadas dez inscrições em virtude do tempo disponível na programação. Vários servidores civis das escolas militares comentaram a conjuntura que enfrentam em seus locais de trabalho e reforçaram a importância do apoio da Direção Nacional do SINASEFE em suas lutas cotidianas.

10:17 às 11:38 – Convidados e integrantes da DN fizeram suas exposições no ponto de análise de conjuntura. Seis chapas, das sete que fazem parte da atual gestão, apresentaram suas análises, cada uma em aproximadamente dez minutos.

Pela Chapa 1 – Movimento por uma Escola Popular (MEP), falou Robson Estevam da Silva (do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Fortaleza e Região Metropolitana), pela Chapa 2 – Sonhar e Lutar, falou Artemis Martis (coordenadora geral do SINASEFE), pela Chapa 3 – Sinasefe para Lutar, falou Lucrécia Iacovino (coordenadora de pessoal técnico-administrativo do SINASEFE), pela Chapa 4 – Unir para prosseguir na Luta – MEI, falou Luis Carlos Paes de Castro (da CTB e do Sinal), pela Chapa 6 – 1º de maio, falou Elenira Vilela (coordenadora geral do SINASEFE) e pela Chapa 7 – MI Classista, falou Fernando L. L. Saraiva (da CSP-Conlutas no Ceará).

Quais as tarefas e os caminhos do sindicato para o próximo período?” Essa foi a pergunta que norteou a intervenção de Artemis Martis em sua análise de conjuntura. “Falamos pouco do luto coletivo e da subjetividade da classe trabalhadora. Não nos enganemos, o fascismo e a extrema direita sabem da importância da nossa subjetividade e nos atacaram também neste aspecto. Por isso, dizer que apesar de tudo, vencemos essa batalha, é muito importante” comentou.

Artemis comentou a vitória de Lula e pautou ainda a tarefa de aproximar a prática (sindical e da educação) do “Brasil Profundo” (lembrando a expressão usada por Itamar Vieria no livro Torto Arado). “Precisamos começar a pensar em como podemos aproximar nossa prática do Brasil Profundo e do Brasil que precisa ser construído que é preto, pobre, mulher, indígena, de pessoas com deficiência e de LGBTs” destacou a coordenadora. “Qual a cara que o SINASEFE tem que ter pra derrotar a extrema direita?” questionou Artemis finalizando sua intervenção.

Elenira Vilela iniciou sua fala comentando brevemente o surgimento do grupo 1º de maio (1M), em seguida pautou os motivos do ponto de análise de conjuntura nos eventos sindicais. “Por que fazemos análise de conjuntura? É a nossa tentativa de nos organizarmos e compreendermos o cenário em que lutamos para avançar. É como se fosse uma guerra, é preciso analisar os movimentos do inimigo, qual cenário, quais instrumentos e como nos movemos para ganhar terreno, descobrindo o que é essencial, e é ai onde teremos divergências e buscaremos construir uma ação conjunta” explicou.

Ela também comentou a vitória de Lula nas eleições gerais. “Tivemos uma vitória imensa ao barrar o processo do neofascimo mas essa não é uma vitória da guerra, é de uma batalha. A ameaça do neonazismo não será destruída pelo Estado, somos nós que faremos isso nas ruas. Ela lembrou ainda o movimento Galinhas Verdes, promovido pelos trabalhadores em 1934 com este caráter.

“Não precisamos ficar paranóicos, mas ao mesmo tempo não podemos achar que está tudo bem”, ressaltou Robson da Silva em sua intervenção, ao destacar que a vitória de Lula aconteceu, mas o fascismo ainda está nas ruas. Robson comentou diversos elementos que levaram a vitória da chapa de Lula-Alckmin e pautou a importância da mobilização popular e de garantir a posse de Lula, que para ele não está ‘dada’.
“Como se organizar neste momento que temos novas e precarizadas formas de contrato de trabalho? Precisamos construir uma boa unidade, resgatando o bom e velho trabalho de formiguinha, nas bases” destacou. Ele comentou também que diante do novo governo será fundamental manter a unidade de luta para arrancar novas conquistas e retomar direitos retirados. “Nunca se perdeu tanto direito como perdemos no último período”, lamentou.

Lucrécia Iacovino iniciou sua fala comentando brevemente a que o coletivo Sinasefe pra Lutar (SPL) possui uma história de lutas e conquistas. Relembrando a realização da 155ª PLENA em Curitiba-PR em apoio ao Lula, ela destacou acertos do SINASEFE.“Somos sim resistentes e resilientes e estivemos do lado certo, seguimos na luta contra o desgoverno de Guedes e Bolsonaro, e sobrevivemos aos absurdos e desmandos durante a pandemia, enquanto, infelizmente, os nossos morriam aos milhares, reféns das propinas de compra de vacina e da corrupção” comentou.

Ela parabenizou a todas e todos participantes do evento destacando o entendimento de que enfrentam muitas dificuldades e hostilidades em seus locais de trabalho. “Sabemos que é difícil para os companheiros(as) das instituições ligadas ao Ministério da Defesa estar na luta. A nossa força é o que nos mantém. O SINASEFE somos nós, juntos, sentindo a energia dessa luta” finalizou.

Comentando sua trajetória em diversos bancos (privados e públicos) e a situação lamentável do Banco Central diante do mercado financeiro, Luis Carlos foi o quinto a fazer análise. Ele pautou também o papel dos militares e das agências de espionagem que atuam no mundo inteiro e a participação deles em fatos como o golpe de 2016 no Brasil. Luis comentou também a eleição de Lula. “É preciso garantir a posse de lula e o seu governo, mesmo sabendo das profundas contradições que ele terá pela frente. Sabemos que não vamos conseguir mudar da água pro vinho, da noite pro dia, mas podemos avançar muito nos próximos quatro anos”, defendeu Luis.

Ressaltando uma postura crítica diante do futuro governo Lula, Fernando Saraiva foi o último da mesa a comentar a conjuntura. “Derrotamos sim o Bolsonaro nas urnas, mas o que está colocado na conjuntura do país, e até em nível internacional, é um cenário de muitos desafios” comentou Fernando. “Sabemos que o governo Lula-Alckmin que tomará posse não é o governo que os trabalhadores precisam pra avançar nas suas lutas e para resgatar seus direitos. Na verdade vai ser uma coalização do PT junto com outras forças que estão à direita” defendeu.

9:50 às 10:15 – Abrindo os trabalhos do ESCIME, Beatriz Cunha, da Comissão Organizadora do ESCIME e da Seção do Colégio Militar do Rio de Janeiro, comentou rapidamente a trajetória do evento, iniciada desde 2006. “Temos uma memória e uma trajetória, e, claro, um caminho a percorrer juntas e juntos” destacou Bia.

Marcelo Assunção, que também faz parte da Comissão Organizadora do ESCIME e da Seção do Colégio Militar do Rio de Janeiro, comentou que o ESCIME fez uma pausa durante a pandemia retoma agora sua realização. “Derrotamos o fascista sim, mas agora temos um novo país a construir” destacou Marcelo.
Flávio Barbosa, integrante da Comissão Organizadora e da Seção do Colégio Militar de Recife e Escola de Aprendizes Marinheiros de Pernambuco, chamou as demais participantes da mesa de abertura, saudou cada delegação e fez a leitura de toda a programação.

Raquel Nepomuceno, coordenadora de comunicação do Sindsifce (seção anfitriã do ESCIME) destacou a importância da realização do evento. “É muito importante que este momento se realize, em especial para que sigamos atentos e fortes, ouvindo e debatendo as necessidades deste segmento da categoria” ressaltou Raquel.

As coordenadoras gerais do SINASEFE, Elenira Vilela e Artemis Martins, também fizeram parte da mesa de abertura do evento. Elenira parabenizou a todas e todos e lembrou a luta recente contra medidas absurdas de gestões das escolas vinculadas ao Ministério da Defesa durante a pandemia, além de comentar a grande repercussão da vitória de Lula internacionalmente, em especial durante Congresso da CEA, do qual o SINASEFE participou. “Vocês que trabalham nestas instituições têm muito a nos ensinar, em especial no enfrentamento que tivemos de tentativa de militarização das escolas” destacou Elenira.

Artemis Martis reforçou as boas vindas a todas e agradeceu o apoio financeiro e logístico da seção sindical Sindsifce, que contribuiu substancialmente para garantir a realização do evento. “Espero que sejam dias proveitosos e que estejamos entusiasmados para esperançar” comentou Artemis.

08:00 – Credenciamento de participantes do evento foi aberto e será feito por integrantes da Direção Nacional.

Programação prevista

25 de novembro de 2022 (sexta-feira)

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