21 de março é o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, ou seja: mais uma importante data para se lutar contra o racismo.
Os dados nos alertam que o racismo continua enraizado no Brasil. Como exemplo, uma pesquisa do Instituto Pólis constatou que os negros sofrem mais com a COVID-19 que os brancos: são 250 óbitos de homens negros pela doença a cada 100 mil habitantes. Entre os homens brancos, são 157 mortes a cada 100 mil. Entre as mulheres, as que têm a pele preta também morreram mais: foram 140 mortes de negras por 100 mil habitantes, contra 85 por 100 mil entre as brancas. Os dados são de São Paulo-SP entre 1º de março e 31 de julho de 2020. O padrão se explica pela discriminação racial refletida na falta de acesso à saúde e na menor possibilidade econômica de fazer quarentena.

Dados da Agência Pública indicam que os negros sofrem discriminação também na fila da vacina contra a COVID-19. Eles são a maioria da população brasileira, mas sua proporção de indivíduos vacinados é de metade em relação aos brancos.
A conclusão que podemos extrair é que os negros são os que mais necessitam de serviços públicos e de um plano de vacinação nacional que atenda a todos os brasileiros. Importante lembrar que os negros também serão os mais prejudicados pela Reforma Administrativa (PEC 32/2020), que destrói esses serviços.
Fontes
- Dados da Agência Pública sobre vacinação sobre negros e brancos podem ser encontrados em seu perfil no Instagram.
- Dados do Instituto Pólis estão no estudo Racismo e impactos da COVID-19 em São Paulo-SP.
- Dados da publicação do Fonasefe são de pesquisa do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde da PUC-Rio.