NotasNotícias

61 anos do Golpe Militar de 1964 – Por memória, verdade e justiça: sem anistia!

Postagem atualizada em 31/03/2025 às 16h07

Na trilha sonora do filme Ainda Estou Aqui, há uma música de Erasmo Carlos em que ele afirma: “Mas estou envergonhado com as coisas que eu vi, mas não vou ficar calado, no conforto, acomodado, como tantos por aí”. Esse verso reflete o compromisso do SINASEFE, que historicamente se posiciona contra os ataques às liberdades democráticas e segue na luta por memória, verdade e justiça em defesa das vítimas da ditadura militar no Brasil.

Na última quarta-feira (26/03), ao contrário do que ocorreu com torturadores e golpistas do período da Ditadura Militar, o país deu um passo à frente ao tornar réus Jair Bolsonaro e mais sete pessoas pela tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. Esse avanço nos dá esperança de que estamos rompendo com a impunidade que historicamente marca a política e a justiça brasileiras.

É um fato que Bolsonaro e muitos de seus cúmplices sempre atentaram contra os direitos humanos. Um episódio emblemático dessa postura ocorreu durante o golpe parlamentar, jurídico e midiático que resultou na derrubada da presidenta Dilma Rousseff. Na ocasião, o então deputado federal prestou homenagem a um dos mais notórios torturadores da Ditadura Militar, escancarando sua afinidade com um dos períodos mais sombrios da história recente do Brasil.

Por memória, é fundamental relembrar o golpe militar de 1964, ocorrido entre 31 de março e 1º de abril. Sessenta e um anos se passaram desde esse período de trevas em nossa história, no qual ninguém foi responsabilizado, e até hoje muitos militantes seguem desaparecidos, vítimas dos crimes cometidos pelo regime.

Por verdade, o SINASEFE reafirma sua posição ao lado da justiça histórica e exige que nenhuma anistia seja concedida, garantindo que todos os crimes sejam devidamente investigados e punidos.

Por justiça, é essencial garantir reparação aos familiares das vítimas e a toda a sociedade brasileira. Como nos lembra a frase sempre repetida nos movimentos de resistência: “Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça”.

Contudo, não podemos confiar apenas no aparato jurídico para que a justiça se concretize. É indispensável reconhecer a importância dos movimentos políticos, sociais, estudantis e sindicais, bem como das mobilizações populares organizadas coletivamente. Foi sempre dessas forças que partiu a verdadeira resistência da classe trabalhadora contra toda forma de arbitrariedade que afeta a sociedade, incluindo as campanhas contra a anistia.

Enquanto entidade política que historicamente lutou contra o avanço do fascismo, o SINASEFE deve permanecer vigilante para impedir que esse fantasma volte a nos assombrar. Como representante dos trabalhadores da educação, deve seguir na luta por uma educação pública, laica, socialmente referenciada e de qualidade, contrapondo-se a projetos autoritários que buscam formar cidadãos acríticos e submissos. Nesse sentido, cabe ao SINASEFE estar na vanguarda da resistência contra a militarização da educação e contra a reafirmação de valores autoritários, que nada têm de democráticos, nas escolas administradas pelo Ministério da Defesa.

Dessa forma, que todas as ameaças às liberdades democráticas sejam denunciadas e combatidas. Devemos seguir firmes na luta para que aqueles e aquelas que cometeram crimes políticos – sejam os do passado ou os do presente – sejam finalmente responsabilizados.

Direção Nacional do SINASEFE

Download

Baixe aqui a Nota da DN visível logo acima, no papel timbrado do sindicato (formato PDF, tamanho A4, uma página).

Conteúdo relacionado