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Arbitrariedade: professor recebe voz de prisão por ter adesivo do PT colado em seu veículo

Postagem atualizada em 23/09/2022 às 12h10

Um fato extremamente preocupante e até mesmo difícil de acreditar ocorreu na base do Sinasefe IFPA, CTRB e Ciaba, em Belém-PA, na manhã desta quarta-feira (21/09): um professor recebeu voz de prisão de um sargento responsável pelo trânsito do dia por conta de ter um adesivo do Partido dos Trabalhadores (PT) em seu veículo.

A vítima dessa arbitrariedade foi o professor Carlos Aragão, conhecido como “Caíto”, que trabalha no Colégio Tenente Rêgo Barros – unidade educacional vinculada ao Ministério da Defesa e que faz parte da base representada pelo SINASEFE.

A prisão preventiva não aconteceu e a voz de prisão foi suspensa, mas não sem antes de uma nova tentativa de intimidação ser lançada contra o professor Caíto, que foi constrangido a fazer um “pedido de desculpas” ao sargento por um suposto “desacato”. Na visão do coronel Ortiz, diretor administrativo do Colégio que suspendeu a voz de prisão, o desacato foi não ter retirado o adesivo do carro após a ordem do sargento. Por essa razão, o pedido de desculpas foi negado pelo professor.

O que torna o episódio mais absurdo ainda é que a área onde o professor Caíto estacionou o seu veículo é considerada mista, não fazendo parte do Colégio Rêgo Barros. Os militares proíbem que pessoas portem materiais de campanhas eleitorais dentro de seus espaços oficiais. Mas fazer essa proibição para áreas externas, que não pertencem às Forças Armadas, é uma visível (e ilegal) perseguição política.

Vídeo do momento da voz de prisão do sargento Silimon contra o professor Carlos Aragão.

Esse acontecimento só reforça o entendimento amplamente debatido nos fóruns e eventos do SINASEFE no tocante à conjuntura política: a radicalização da base bolsonarista está buscando todo tipo de situação de violência e negação de direitos contra a oposição ao Presidente da República, seja em casos como este do Colégio Rêgo Barros; seja como no caso da negação de doação de marmita que vimos em Itapeva-SP; ou seja em casos mais graves, como no do assassinato de Marcelo Arruda (tesoureiro do PT), em Foz do Iguaçu-PR.

O SINASEFE, desde já, se solidariza ao professor Carlos Aragão e vai acompanhar os desdobramentos dessa situação, colocando a sua Assessoria Jurídica Nacional (AJN) à disposição para evitar que o trabalhador seja perseguido por quaisquer medidas administrativas ou infralegais que venham da direção do Colégio Rêgo Barros.

14º Escime

Esta voz de prisão arbitrária contra o professor Carlos Aragão vai ser debatida pela base do SINASEFE ainda este ano, no 14º Encontro dos Servidores Civis das Instituições de Ensino Vinculadas ao Ministério da Defesa (Escime), que acontecerá de 25 a 27 de novembro, em Fortaleza-CE.

O 14º Escime visa fortalecer a organização dos servidores civis das escolas e colégios militares da base do nosso sindicato para evitar, justamente, que situações como essa pela qual Caíto passou sejam normalizadas.

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