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Basta de banho de sangue na Colômbia: nota da organização do Congresso Mundial da Educação

Postagem atualizada em 18/09/2020 às 18h52

A organização do Congresso Mundial de Educação, que será realizado virtualmente em 26 e 27 de setembro, divulgou nesta semana uma nota contra o banho de sangue de ativistas colombianos. O documento denuncia a morte de mais de 200 pessoas, apenas em 2020, e o quanto essa situação está insuportável para a população.

Vamos parar o banho de sangue na Colômbia!

Os professores colombianos vivem um momento particularmente dramático em decorrência da violência institucionalizada e generalizada contra o movimento social. Até agora, em 2020, 218 ativistas sociais foram mortos em 55 massacres. Essa violência é liderada por grupos armados ligados ao narcotráfico e ao paramilitarismo, que atuam com a proteção das Forças Armadas e em cumplicidade com setores do Estado.
Essa situação tornou-se insuportável para a população. Portanto, em face do vil assassinato do advogado Javier Ordóñez Bermúdez, os protestos começaram na madrugada de 9 de setembro e se espalharam por toda a cidade de Bogotá. Em outras cidades, como Medellín, a revolta da população foi sentida nas ruas. A raiva dos cidadãos foi demonstrada com o incêndio de mais de 50 delegacias de polícia na capital da Colômbia. A brutal resposta do governo produziu em apenas dois dias o saldo de 13 mortos pelas balas das forças policiais.
Do movimento mundial dos trabalhadores da educação, exigimos o fim imediato da violência e a salvaguarda dos líderes sociais da Colômbia. Uma expressão dramática da situação de violência estrutural que ocorre naquele país é a declaração feita ao longo do tempo pelos paramilitares colombianos de “objetivos militares” de boa parte da direção da Federação Colombiana de Educadores (Fecode). Diante disso, o Estado colombiano não adota medidas de proteção efetivas.
Esta situação contínua e recorrente de violência contra os professores colombianos constitui um atentado ao direito à educação. Portanto, solicitamos que a violência cesse e a vida e as atividades do movimento social daquele país sejam protegidas.

Organizações que integram o I Congresso Mundial de Educação 2020 em defesa da educação pública e contra o neoliberalismo educacional:

Luis Bonilla-Molina (OIREPOD), Claudia Baigorria (CONADU-H, Argentina), Pedro Hernández (Seção 9 do CNTE, México), David Lobâo (SINASEFE, Brasil), Eduardo González (MUD, Chile), Mercedes Martínez (FMPR , Porto Rico), Fernando Abrego (ASOPROF, Panamá), Isabel Vargas (UNE, Equador), Yesid González (ADE-La Roja, Colômbia), Alfredo Velásquez (SUTEP, Peru), Luis Bueno (CNSUESIC, México), Luis Tiscornia (CONADU-H), José Cambra (Professor Universitário, Panamá).

Leia a nota acima em PDF (idioma original, espanhol).

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