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COVID-19 e a Rede Federal: trabalhadores relatam suas situações

Postagem atualizada em 12/07/2020 às 19h10

Diante da pandemia de COVID-19, desde sua 162ª PLENA, o SINASEFE luta pela suspensão das atividades nas instituições educacionais em que atuam trabalhadores representados pelo sindicato. Infelizmente, mais de 20 dias após a declaração da pandemia, gestores insistem em manter instituições de ensino em funcionamento, sobrecarregar e assediar a categoria. Levantamento do sindicato nacional (disponível desde 20/03) já reúne informações sobre a situação trabalhista em diversas regiões do país.

Manutenção de aulas
Dezenas de trabalhadoras e trabalhadores enviaram relatos de enfrentamento de situações abusivas, e quase inacreditáveis. O pior destaque fica por conta das instituições de ensino ligadas ao ministério da Defesa. Desrespeitando decretos locais e ignorando as recomendações mundiais de enfrentamento à pandemia, dezenas de instituições seguem com aulas normais. SINASEFE já denunciou a situação ao MPF e também prepara ação judicial sobre o tema.

Terceirizados sob ataque
Na maior parte dos relatos reunidos pelo sindicato, a situação das trabalhadoras e trabalhadores terceirizados é a mais preocupante, já que integram o segmento mais precarizado da comunidade escolar. “Os terceirizados que ficarem em casa, mesmo os que fazem parte do grupo de risco, terão desconto do vale transporte desses dias por que essa foi a orientação do ministério da Economia. Com isso os terceirizados não estão querendo ficar em casa pra não perder dinheiro”, destaca participante do levantamento.
A situação configurada traz medo e apreensão pela possibilidade de que eu transmita ou me contamine com o COVID-19 pela interação com os demais servidores, sobretudo com os terceirizados, obrigados a trabalhar normalmente”, pontuou um participante.

EaD sem debate
Medidas de implantação de educação à distância (EaD), rechaçadas pelo SINASEFE, também foram relatadas no levantamento. Parte das instituições tem realizado reuniões virtuais e debatido as medidas, outras unidades forçam a comunidade a implantar a modalidade sem a mínima estrutura. “Como estamos com “atividades remotas”, com manutenção de aulas que eram presenciais no formato à distância em um contexto em que boa parte dos alunos não tem acesso à internet. Isso implica em preparar materiais que não existiam, utilizar ferramentas para as quais não houve formação, e em estar conectado o dia todo tentando atender alunos e colegas que não sabem como lidar com o sistema e estão com muitas dificuldades. Isso é pior no caso dos servidores que têm filhos, especialmente as servidoras, que precisam acumular essa situação de trabalho com o cuidado com os filhos permanentemente em casa“, comentou outra participante do levantamento.

Suspensão de calendários
SINASEFE e Andes-SN defendem a suspensão imediata do calendário escolar de todas as universidades (federais, estaduais e municipais), Institutos Federais (IFs) e Cefets. Na avaliação das duas entidades, não é possível manter a normalidade dentro das instituições, logo as mesmas devem estar 100% fechadas.

Todas as vidas importam!
O SINASEFE agradece a todas e todos que responderam a pesquisa, enviando seus relatos e denúncias e informa que seguirá na defesa ostensiva da suspensão das atividades em todas instituições de ensino. O sindicato continua recebendo relatos via formulário e também pelo e-mail da Direção Nacional: dn@sinasefe.org.br

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