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Greve do SINASEFE faz mesversário e movimento só cresce

Postagem atualizada em 18/06/2022 às 15h36

Em 16/05 foi deflagrada oficialmente a greve do SINASEFE, deliberada pela 173ª PLENA. A pauta, além do reajuste emergencial de 19,99%, reivindica a revogação da EC 95/16 (do teto de gastos) e o arquivamento definitivo da PEC 32/20 (a ‘deforma’ administrativa que abre as portas para a privatização irrestrita dos serviços públicos).

Nesse primeiro mês de movimento encontramos alguns obstáculos. Do nosso lado, muitos servidores se mostraram legitimamente preocupados com a paralisação das aulas para os alunos (que permaneceram em casa por dois anos durante a pandemia) e com o calendário escolar. Outros colegas, apreensivos com o caráter autoritário do governo Bolsonaro, estabeleciam que o movimento não teria chance de sucesso, num tipo de profecia auto-realizável: “o movimento não vai dar certo, por isso não vou apoiar o movimento!”. Outros, por ideologia conservadora, se esquecem que são trabalhadores(as) do Estado, e não desse ou daquele governo, e que a situação da defasagem salarial se agrava a cada mês, especialmente entre os TAEs. Dentre esses servidores, infelizmente, se encontram alguns reitores e diretores de campus que vestem uma roupa de patrão: sem nenhuma consciência de classe, assediam os trabalhadores tentando impedir o legítimo exercício do direito de greve da categoria principalmente por meio da ameaça com o corte de ponto.

Por outro lado, tivemos muitas vitórias: após a seção Cáceres – MT ter aderido ao movimento mesmo antes do dia 16/05, duas grandes seções – IFMG e IFBA se juntaram ao movimento de imediato. De lá pra cá o movimento só cresce: outras 12 seções sindicais já aderiram à greve e outras sete encontram-se em estado de greve, com tendência de aderir ao movimento na próxima semana.

Seguimos em greve. Até quando?

Embora a pauta salarial seja um dos pilares da nossa greve, ela não é a única. Nas últimas semanas os anúncios dos cortes impostos à nossa Rede pelo governo fizeram a temperatura do movimento aumentar: os cortes, se concretizados, inviabilizam o funcionamento já precário de praticamente toda a nossa rede.

Preocupados com essa situação, e atentos para que o governo atenda nossas reivindicações, SINASEFE, Andes-SN, Fentet, Fasubra e UNE protocolaram no último dia 14/06 uma extensa pauta unificada, cujas principais reivindicações são o reajuste salarial (e dos auxílios alimentação e saúde), o cumprimento da data-base, a reestruturação das carreiras, a equiparação dos controles de jornada dos docentes EBTT com o Magistério Superior, o direito a substitutos para os TAEs, retomada dos concursos, dentre outros.

Por tudo isso, seguimos firmes na greve. No último final de semana o Andes-SN indicou para suas bases a entrada na greve a partir do dia 27/06, fortalecendo a luta pela pauta unificada. Ainda que a data limite para o reajuste na base salarial se aproxime, o 04/07: uma data imposta pela Lei de Responsabilidade Fiscal – um limite absolutamente questionável, haja vista tantos outros limites legais que o governo não respeita no anexo de metas (crescimento do PIB, inflação, Selic etc).

Assim, não é correto defender que nossa greve se encerre nas próximas semanas: muito pelo contrário! Agora é a hora de todas as seções sindicais do SINASEFE aproveitarem a oportunidade de somarem-se a esse movimento, que pode ser o ponto de inflexão da derrocada do governo Bolsonaro. Lembremo-nos: só as bases do SINASEFE chegam até mais de um milhão de famílias em todos os cantos do nosso país.

Por isso reafirmamos: É GREVE PORQUE É GRAVE!

SEGUIMOS EM GREVE PELO REAJUSTE EMERGENCIAL, CONTRA OS CORTES, CONTRA OS ATAQUES À EDUCAÇÃO, EM DEFESA DOS SERVIÇOS E DOS SERVIDORES PÚBLICOS!

Comando Nacional de Greve do SINASEFE

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