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Ignorando bandeira vermelha, CMRJ determina retorno presencial

Postagem atualizada em 25/01/2021 às 12h47

Ignorando a ameaça à vida que a pandemia de COVID-19 representa, a gestão do Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ) determinou, novamente, retorno presencial das aulas. Retomada deveria acontecer já nesta segunda-feira (25/01), mesmo com a cidade sob alerta. Trabalhadores civis, organizados na seção sindical do CMRJ, reafirmaram a recusa de retorno às aulas presenciais, lembrando que “as vidas da comunidade escolar estão acima de tudo”.

Contaminação em alta e falta de estrutura
O coordenador geral da seção sindical CMRJ, Marcelo Assunção, destaca que o cenário de falta de condições sanitárias para retomar aulas presenciais no colégio não mudou. “O comando do colégio parece estar mais preocupado em fingir que as coisas estão normais do que de fato com a vida dos servidores e estudantes. O estado está sob bandeira vermelha, somos uma cidade foco da COVID-19 e o CMRJ está criando aglomerações de forma completamente desnecessária, uma vez que podemos continuar trabalhando com ensino remoto como fizemos o ano passado inteiro” explica.
“Não há vacina, não há protocolos de segurança adequados, não há testagem de quem entra em sala de aula. O que nós enfrentamos é a formação de mais um grande foco de contaminação na cidade. É por isso que nossa assembleia decidiu pela continuidade da Greve Sanitária enquanto os riscos da pandemia persistirem. As vidas é que devem estar acima de tudo!” reforça Marcelo.

Deliberação nacional
Antevendo a postura inconsequente de gestores, o SINASEFE já aprovou, desde julho, em sua 163ª PLENA, a deflagração nacional de greve nos locais que determinarem retorno presencial e/ou semipresencial das atividades. Cumprindo trâmites legais, o sindicato notificou ao Ministério da Defesa esta decisão e trabalhadores organizados nas seções espalhadas pelo país se mobilizam para resistir, em greve, e defender o direito à vida.

ESCLARECIMENTOS ACERCA DO RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS
NO COLÉGIO MILITAR DO RIO DE JANEIRO

Diante do anúncio do retorno das aulas presenciais previsto para essa segunda feira, 25 de janeiro, a Seção Sindical CMRJ do SINASEFE vem a público reiterar a manutenção da Greve Sanitária decidida em Assembleia em 13 de setembro de 2020: os professores civis grevistas continuarão suas atividades remotas, mantendo as aulas como fizeram no ano passado, mas não ministrarão aulas presenciais.

A cidade do Rio de Janeiro se encontra no momento em bandeira vermelha, segundo a classificação estabelecida pelo governo estadual, que é considerada de alto risco de contaminação. Além disso, dados da Secretaria Municipal de Saúde apontam a região da Tijuca, onde se localiza o colégio, como uma das regiões de risco mais alto do município. A situação de nosso município é alarmante e um retorno a atividades presenciais com aglomerações, nesse momento, pode gerar prejuízos incalculáveis a nossa comunidade escolar.

Lembramos que, desde o início de nossa greve, em setembro de 2020, o Colégio Militar do Rio de Janeiro responde a uma Ação Civil Pública que questiona a viabilidade das aulas presenciais em segurança. Em resposta à Ação Pública, o colégio afirmou que seguiria uma série de protocolos sanitários, mas não está os cumprindo. Controles de temperatura, uso de equipamentos de segurança por parte dos servidores, testagem da comunidade escolar, monitoramento dos casos de infecção, afastamento de lactentes das atividades presenciais, ambientes controlados para diminuição de contágios, tudo isso aparece como discurso e não como prática. Qualquer membro da comunidade do CMRJ poderá perceber isso na prática apenas visitando o Colégio. Nas redes sociais, fotos internas do Colégio com aglomerações e sem uso de máscaras ficaram famosas.

Igualmente grave é a determinação de que somente estudantes com liberação médica comprovada poderão se ausentar do período inicial de aulas, chamadas pelo Colégio de “Nivelamento”. Lembramos que a legislação faculta aos pais o direito de opção por manter seus filhos no ensino remoto durante a vigência da emergência sanitária internacional, como a Resolução CNE/CP Nº 2, de 10/12/2020. A não oferta de Ambiente Virtual de Aprendizagem aos estudantes optantes pelo ensino remoto configura grave negação do direito constitucional à Educação. Portanto, reiteramos: Quem trabalha com Educação respeita a ciência. Os professores civis continuarão em Greve Sanitária enquanto as instituições científicas de referências do Estado do Rio de Janeiro não considerarem afastado o perigo da pandemia.

AS VIDAS DA COMUNIDADE DO CMRJ ESTÃO ACIMA DE TUDO!
Diretoria da Seção Sindical CMRJ do SINASEFE (24/01/21)

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