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Interventor do IFSC vai à PF para censurar sindicato

Postagem atualizada em 13/07/2020 às 19h34

O candidato derrotado nas eleições do IFSC, e agora representante do governo Bolsonaro na reitoria da instituição, André Dala Possa, denunciou o coordenador da seção sindical IFSC, Odemir Vieira, à Polícia Federal. André não gostou das faixas, dos outdoors e das imagens que ilustram as diversas publicações do sindicato denunciando o processo de intervenção no instituto e, por isso, resolveu pedir à autoridade policial a censura dos conteúdos sindicais.

Inquérito na PF
Na manhã da última quarta-feira (24/06), Odemir, que é coordenador geral da seção sindical IFSC e membro do Conselho de Ética do SINASEFE, recebeu em sua residência (via Correios), uma comunicação de abertura de inquérito policial. O comunicado orienta “a retirada cautelar das imagens abusivas da rede de computadores, dos cartazes outdoors e quaisquer meios de divulgação ofensivas à honra subjetiva e objetiva do senhor Reitor, até que haja o esclarecimento cabal de todos os fatos em suas circunstâncias e extensão”.

No documento, o Delegado Clovis Roldão Machado de Barros, comunica a instauração do inquérito policial nº 2020.0054746-SR/PF/SC, “em razão da representação formulada pelo Senhor Reitor” do IFSC, diante de fatos que supostamente poderiam configurar crime de injúria e de difamação. O texto, bastante resumido, não cita o SINASEFE. Independente disso, assim que tomou conhecimento do fato, a diretoria da seção sindical acionou sua assessoria jurídica, buscando ter acesso ao inteiro teor do inquérito policial para tomar as providências cabíveis.

Compromisso do SINASEFE com a democracia
Em resposta à atitude do candidato derrotado nas eleições e agora interventor, seção sindical IFSC defende que “esse tipo de postura só reforça o compromisso do sindicato com a luta em defesa da democracia e autonomia da Instituição e, por isso, seguirá firme junto à comunidade escolar, reivindicando a imediata nomeação e posse do Reitor eleito”. “Defendemos a mais ampla liberdade de expressão e não vamos calar diante de posturas autoritárias que, ao contrário do que alega o interventor do IFSC, só reforçam ainda mais sua imagem de representante do governo Bolsonaro, o qual dispensa maiores adjetivos e apresentações” destacou o sindicato local.

Campanha
Para reforçar e ampliar a sua luta em defesa da democracia no IFSC, a Seção Sindical IFSC lançou, na segunda quinzena de maio, uma grande campanha de mídia externa, com a colocação de outdoors em várias cidades de Santa Catarina. O objetivo foi chamar a atenção da sociedade para o processo de intervenção no instituto, como forma de garantir o respeito à decisão da comunidade escolar manifestada nas urnas e, consequentemente, a nomeação e posse do reitor eleito.

A campanha – que recebeu valioso apoio do movimento estudantil do IFSC, com faixas próprias colocadas em diversos campi e também em locais estratégicos na região de Florianópolis – ficcou nas ruas durante quinze dias. Ao todo foram contratados 17 pontos de outdoors em todas as regiões do estado, oito na região metropolitana da capital e nove nas demais cidades indicadas pelos representantes do sindicato nos campi (Criciúma, Araranguá, Chapecó, Joinville, Canoinhas, Lages e São Miguel do Oeste).

Autoritarismo
Antes mesmo da campanha de mídia externa ser lançada, a reação arbitrária contra a defesa da democracia já havia mostrado a sua cara no IFSC. No Câmpus Xanxerê, por exemplo, a faixa do sindicato, que traz os mesmos dizeres e as mesmas imagens dos outdoors, foi arrancada sem qualquer comunicação. Até agora não se sabe onde foi parar e nem quem foi o autor da ação. O sindicato está apurando esse sumiço “misterioso”.

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*Com informações da Ascom do Sinasefe Seção Sindical IFSC.