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Live apresentou o ‘Sinasefinho’ e detalhou programação infantil do 3º Encontro de Mulheres

Postagem atualizada em 29/07/2022 às 13h31

Reunidas na noite desta quarta-feira (27/07), sete mulheres apresentaram o Projeto Sinasefinho em uma transmissão ao vivo. Partindo da ideia de que é preciso uma aldeia para educar uma criança, o Sinasefinho tem o objetivo de organizar – de modo afetivo, pedagógico e atencioso – a participação das crianças (de zero a doze anos) nas atividades do sindicato.

Saudação inicial

Início da live teve a saudação da coordenadora geral de plantão, Elenira Vilela. Ela destacou que as crianças devem ser compreendidas como sujeitos de direitos. Elenira ressaltou o salto de qualidade que o projeto Sinasefinho, construído coletivamente, representa no âmbito da entidade. A coordenadora finalizou sua participação desejando um excelente 3º Encontro de Mulheres do SINASEFE.

Apresentação

Mediadora da live, Gisele Peres, mãe e jornalista do Sinasefe IFSP, e iniciou a atividade explicando que o lema do projeto “É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança“, originado de um provérbio africano, se conecta com o fato de que ninguém se desenvolve apenas no contato com a família nuclear, mas em contato com a comunidade que se relaciona.

Traçando um breve histórico de avanços e desafios da garantia da participação de todas pessoas nas atividades do sindicato (independente de gênero, raça e/ou orientação sexual), Maíra Ferreira, secretária de Políticas para Mulheres do SINASEFE, comentou que as mães ainda se dividem entre os cuidados com as crianças e a atividade sindical em si.

Percebendo isso, começamos um debate amplo, em especial a partir do último CONSINASEFE, quando o espaço para as crianças foi muito precário. A ideia é que a criança, além de um espaço físico adequado, tenha atividades educativas e de debate, considerando as faixas etárias, de temas como racismo, capacitismo, feminismo e LGBTfobia” explicou Maíra.

Eu olho para o projeto Sinasefinho, mesmo sendo ainda embrionário, e penso na utopia que é que toda criança tenha um espaço desse onde pudesse conviver, aprender brincando, brincar aprendendo, e ter uma formação diferente das escolas formais (voltadas à competitividade e ao individualismo): voltada à coletividade, ao cooperativismo” destacou Maíra. “Nossa ideia é que as seções sindicais também abracem o projeto e façam seus Sinasefinhos, enviando também suas sugestões, já que esse é um projeto vivo e aberto” finalizou a secretária.

Destacando o caráter coletivo da elaboração do projeto Sinasefinho, Alexandra Filipak, professora do IFSP, comentou que também se trata de uma política de gênero. “É uma política de gênero voltada ao enfrentamento das desigualdades vividas dentro do sindicato. Sabemos que é bastante desigual para uma mulher conseguir participar de um evento, de uma reunião, com um filho pequeno, o que é fruto do papel social instituído socialmente”. Para ela, o projeto fará a diferença na construção de novas relações de gênero dentro do sindicato.

“O Sinasefinho concebe as crianças como seres de direito, que podem vivenciar a democracia, a cidadania e a coletividade: a nossa programação está toda voltada nessa perspectiva” completou Alexandra.

Camila Tenório, professora do IFB, comentou a importância da cultura infantil e dos espaços do brincar na vida das crianças. “O que você aprende com o corpo, o que você aprende brincando, você não esquece” defendeu Camila. Ela fez a leitura de trechos das obras Confinamento cultural, infância e leitura, do autor Edimir Perrotti e de Educação Pré-Escolar e Cultura. Para Uma Pedagogia da Educação Infantil, da autora Ana Lúcia Goulart de Faria. “Ao reduzir o espaço cultural da infância, a ordem cultural burguesa pretendeu evitar não somente a amplidão territorial e seus perigos potenciais, mas o acesso à diversidade sócio-cultural”, citou.

“Como se faz um exercício político primeiro na nossa vida, enquanto ser humano? Se faz brincando! Então queremos resgatar, com o Sinasefinho, esse espaço para se relacionar e brincar também com esse olhar de atenção, de observar e brincar juntos” explicou Camila.

Professora de Sociologia do IFMA, Katiuscia da Costa Pinheiro destacou que a primeira edição do Sinasefinho terá sintonia com o tema do 3º Encontro de Mulheres: “Crianças pela democracia”. “Queremos ter o cuidado de ter uma pedagogia que dialogue com os estudos mais recentes, que ajudam a construir uma educação não sexista, não racista e antifascista” comentou Katiuscia. “Queremos construir um espaço que possibilite que a criança possa conhecer o mundo a partir da beleza e do respeito às outras pessoas e outros seres, num espaço plural, multiétnico”.

A coordenadora geral Artemis Martins, iniciou sua intervenção ressaltando a importância da realização do 3º Encontro de Mulheres, em especial diante dos ataques do atual governo, notadamente contra as mulheres. Ela comentou ainda que o caráter itinerante do evento busca aproximar ainda mais a categoria e o sindicato nacional, convidando também as crianças para este movimento.

“A prática do nosso sindicato ganha um salto com esse projeto, no rumo daquilo que queremos de fato: nós queremos um SINASEFE feminista, antirracista, anticapitalista e anticapitalista. Queremos um SINASEFE que faça valer todas essas bandeiras, concretizando a qualificação desses espaços e garantindo a formação desde pequenos de nossas crianças” defendeu a coordenadora.

Artemis explicou ainda que o compromisso do Sinasefinho é com a formação política das crianças, com o cuidado, com o acolhimento e o planejamento de atividades pensadas para respeitar e se adequar aos contextos e perfis das crianças.

Faixa etária

A faixa etária das crianças do Sinasefinho será de 0 até 12 anos, e a idade será o critério para divisão em quatro grupos. Entre zero e dois anos, as crianças ficarão num espaço denominado berçário, para acolhimento e estímulo motor e sensorial adequado para bebês. As crianças entre três e cinco anos ficarão no Grupo 1 (G1), entre seis e oito anos elas ficarão no segundo grupo (G2) e entre nove e 12 anos estarão no terceiro grupo (G3). Cada grupo contará com equipe e atividades concebidas para as necessidades da idade.

Atividades do Sinasefinho “Crianças pela democaracia”

As atividades da primeira edição do Sinasefinho, serão relacionadas com o tema “Crianças pela democracia”. Credenciamento infantil, rodas de conversa, plenarinhas, recreação em parquinho/ateliê/piscina, jogos/brincadeiras de matriz africana/indígena, cineminha e festa do pijama são algumas das atividades previstas neste evento.

Neste primeiro Sinasefinho, já estão inscritas, para participação simultânea ao 3º Encontro de Mulheres, que reunirá mais de 500 mulheres, 56 crianças (entre 0 e 12 anos).

Programação

Baixe aqui a programação visível acima.

Dúvidas e demais detalhes

As mulheres que levarão suas crianças para o 3º Encontro de Mulheres poderão tirar suas dúvidas diretamente com as organizadoras do evento. Além disso, quem ainda não respondeu, deve preencher o formulário com os detalhes sobre as crianças.

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