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Nada mudou para os servidores da Funai

Postagem atualizada em 08/08/2022 às 15h32

Infelizmente, o assassinato de Bruno e Dom não foi um caso isolado. Foi divulgado recentemente mais um episódio de perseguição contra servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai), anterior ao caso de Bruno e Dom – que poderia ter servido de alerta e evitado as duas mortes.

Mas não é segredo que a Funai, no governo de Jair Bolsonaro, passou a ignorar sua principal missão – a proteção aos povos indígenas. Paralisação da demarcação de terras indígenas, restrição orçamentária, perseguição a servidores e militarização compõem a realidade da Fundação.

A presidência do órgão é ocupada pelo delegado da Polícia Federal Marcelo Xavier, desde julho de 2019. No período, o governo inundou a Funai com agentes de segurança: para se ter ideia, segundo o dossiê recém-lançado pelos servidores da instituição, mais da metade das coordenações regionais do órgão estava sob controle de militares, policiais militares e federais até maio passado. Alguns deles já falaram em “meter fogo” em povos isolados, cometeram agressões físicas contra indígenas e envolveram-se em acordos de arrendamento de reservas.

No dia 5 de agosto, completaram-se dois meses desde o assassinato de Bruno e Dom. Em respeito à memória desses guerreiros, devemos seguir lutando pela Amazônia de pé, pelos direitos dos povos originários e pela vida dos servidores que se dedicam cotidianamente na preservação das terras indígenas.

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