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Nota de Repúdio contra o ataque que acabou com uma comunidade indígena yanomami

Postagem atualizada em 08/05/2022 às 23h48

O SINASEFE vem publicamente repudiar o ataque, possivelmente feito por garimpeiros, que incendiou uma aldeia da tribo yanomami, em Roraima, e deixou pelo menos 25 indígenas desaparecidos até o momento.

Este ataque, que deixou em choque defensores dos direitos humanos e dos direitos indigenistas, ocorreu logo após uma série de graves denúncias contra o avanço do garimpo e da violência contra os povos originários na terra yanomami. Antes do desaparecimento da aldeia, que foi completamente incendiada, já era de conhecimento público que uma criança indígena de 12 anos foi estuprada e assassinada por garimpeiros na mesma região.

A tensão entre garimpeiros que operam ilegalmente na região norte do país, inclusive invadindo terras indígenas, protegidas por lei desse tipo de atividade, tem se agudizado desde a posse de Bolsonaro na Presidência da República, tanto pelo incentivo dado nas falas do Presidente, quanto pelo desmonte promovido na estrutura de fiscalização ambiental e indigenista – formadas por IbamaICMBio e Funai.

Poucos dias atrás, quando celebramos o Dia de Luta e Resistência dos Povos Indígenas, em 19/04, o SINASEFE já denunciava que “os povos indígenas enfrentam atualmente um período de retrocesso nos direitos conquistados nas últimas décadas, vidas e tradições indígenas estão ameaçadas pela desestruturação da Funai, pelo retrocesso na demarcação de terras, pelo desmonte de políticas públicas nas áreas da Saúde e Educação, e pelo estímulo do governo Bolsonaro para que garimpeiros, madeireiros e o agronegócio invadam territórios indígenas sem qualquer preocupação com as leis”.

Agora, tristemente, temos que repudiar um crime de estupro contra uma criança e outros 25 possíveis crimes de homicídio e tortura contra uma aldeia inteira.

O SINASEFE cobra das autoridades competentes (Ministério Público e Polícia Federal) e também dos Três Poderes da Nação (Executivo, Legislativo e Judiciário) que esse caso seja elucidado de maneira rápida e séria. Queremos saber quem estuprou a criança de 12 anos e queremos a punição adequada, dentro da lei, para essa pessoa que cometeu tal crime. Queremos saber onde estão os 25 yanomamis e porque a aldeia foi queimada.

O Estado Brasileiro tem o dever de tratar essa situação como prioridade e mostrar que as leis e o respeito aos povos originários desse país são maiores que a violência e a ganância de quem pratica garimpo e desmatamento ilegais nas florestas brasileiras.

Queremos saber: cadê os yanomami?

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