Postagem atualizada em 11/06/2024 às 17h30
A fala do Presidente Lula na reunião ocorrida na manhã do dia 10 de junho de 2024, com reitoras e reitores, no Palácio do Planalto, teve um claro tom de ataque ao nosso movimento. É uma fala que desqualifica a nossa greve e joga a sociedade contra as trabalhadoras e trabalhadores da Educação Federal.
Embora o Presidente Lula considere desnecessária a greve, é importante destacar que essa mesma reunião é produto da pressão exercida pelo movimento grevista. Nela foi anunciada uma parcela de recomposição e incremento orçamentário para os próximos anos. Seguiremos lutando para que isto se concretize em melhorias para a Rede Federal de Educação, em especial para as políticas de assistência estudantil. Lembramos que a pauta da recomposição orçamentária demonstra um compromisso do movimento grevista com as questões que atingem diretamente as condições de permanência e êxito das(dos) estudantes.
Se por um lado significam avanços conquistados pela nossa greve, reconhecidos inclusive pela ministra Esther (MGI) e o ministro Camilo (MEC), por outro lado estamos longe do atendimento da maioria dos itens da nossa pauta: reestruturação da carreira, valorização das servidoras e servidores, revogações de medidas que atacam a Educação e os servidores públicos, inclusive as aposentadas e aposentados, além de recomposição orçamentária suficiente para o pleno funcionamento das nossas Universidades e Institutos Federais.
Na mesma manhã em que anunciava estas medidas, o governo realizou um despacho, através da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), que se configura como uma grave ação antissindical. Neste documento reconhece o Proifes como entidade. Repudiamos veementemente esta medida de ataque ao Andes-SN, SINASEFE e Fasubra, entidades legítimas reconhecidas pela ampla maioria das bases e em greve frente a um sindicato cartorial, ilegítimo e ilegal que sequer acata as deliberações das assembleias das poucas entidades em que está inserida.
O Governo deixou muito clara a sua opção política: enfrentar a greve e jogar a sociedade contra o movimento grevista quando, ao atacar a legítima organização das trabalhadoras e dos trabalhadores, fortalece o avanço da extrema direita. Além disso, mantém-se aliado aos setores conservadores garantindo recursos para a iniciativa privada, o que acelera o processo de precarização das nossas instituições em detrimento da Educação Pública, Gratuita e de Qualidade.
Nesse momento, em que nossa greve atravessa uma fase decisiva, cabe manter fortes e mobilizadas as nossas bases, fortalecer as caravanas e as ações previstas para esta semana nos respectivos locais de trabalho e em Brasília-DF. Reafirmamos que a nossa resposta a estes ataques do governo é a radicalização da luta e o fortalecimento da nossa greve.
A greve continua, Lula a culpa é sua!
Brasília-DF, 11 de junho de 2024
Direção Nacional do SINASEFE