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Nota sobre a invasão da terra indígena Wajãpi

Postagem atualizada em 30/07/2019 às 12h45

A Pasta de Combate às Opressões do SINASEFE vem divulgar as informações que recebeu do Conselho das Aldeias Wajãpi (Apina) sobre a invasão da terra indígena Wajãpi, no Amapá.

O texto da Apina denuncia as circunstâncias do assassinato do cacique Emyra Wajãpi. Segundo o documento, o crime ocorreu na segunda-feira da semana passada (22/07) e o corpo foi encontrado por outros indígenas no dia seguinte (23/07). A Apina informou, ainda, que o território indígena foi invadido por não-indígenas, que têm ameaçado os Wajãpi.

Confira a Nota

Na segunda-feira, dia 22 de julho, no final da tarde, o cacique Emyra Wajãpi foi assassinado de forma violenta na região da aldeia Waseity, próxima à aldeia Mariry. O assassinato não foi testemunhado por nenhum Wajãpi e só foi percebido e divulgado para todas as aldeias na manhã do dia seguinte (23/07). Nos dias seguintes, parentes examinaram o local e encontraram rastros e outros sinais de que o assassinato do cacique foi causado por pessoas não-indígenas.

Na sexta-feira, dia 26 de julho, os Wajãpi da aldeia Yvytotõ, que fica na mesma região, encontraram um grupo de não-índios armados nos arredores da aldeia e avisaram as demais aldeias pelo rádio. À noite, os invasores entraram na aldeia e se instalaram em uma das casas, ameaçando os moradores. No dia seguinte (27/07), os moradores do Yvytotõ fugiram com medo para outra aldeia na mesma região (Mariry). Ainda no dia 26/07, a Funai e o Ministério Público Federal (MPF) foram informados sobre a invasão e receberam o pedido dos Wajãpis para que a Polícia Federal (PF) fosse acionada. Na madrugada de sábado (27/06), moradores da aldeia Karapijuty avistaram um invasor no território indígena.

No sábado, dia 27 de julho, os Wajãpis começaram a divulgar as notícias da invasão e do assassinato para seus aliados, na tentativa de apressar a chegada da PF. Um grupo de guerreiros Wajãpi de outras regiões da terra indígena foi até a região do Mariry para dar apoio aos moradores de lá enquanto a PF não chegava.

Pela tarde, representantes da Funai chegaram à terra indígena e foram à aldeia Jakare entrevistar parentes do cacique Emyra Wajãpi, que se deslocaram até lá. Os representantes da Funai voltaram para Macapá-AP para acionar a PF. Os guerreiros Wajãpi ficaram de guarda, próximos ao local onde os invasores se encontravam e nas aldeias que ficam na rota de saída da terra indígena. Durante a noite, foram ouvidos tiros na região da aldeia Jakare, junto à BR 210, onde não havia nenhum Wajãpi.

No domingo, dia 28 de julho, um grupo da PF e do Bope chegou à terra indígena e se dirigiu ao local para prender os invasores.

Download

Baixe aqui a Nota emitida pela Apina na íntegra.

Novas informações

Isso é o que se sabia até o dia 28/07, data em que a Nota foi escrita. Quando os Wajãpis tiverem mais informações, farão outro documento e o SINASEFE dará visibilidade ao mesmo.

O SINASEFE, por meio da sua Pasta de Combate às Opressões, subscreve o documento dos Wajãpis, se solidariza com os povos indígenas pela violência ao qual estão sendo submetidos, e cobra das instituições envolvidas (Funai, MPF, PF e Bope) a prisão e responsabilização dos invasores das terras dos Wajãpis e dos assassinos do cacique Emyra Wajãpi.

Respeitem os povos originários desta terra! Fascistas, assassinos e invasores não passarão!