Postagem atualizada em 31/03/2025 às 17h23
Na trilha sonora do filme “Ainda Estou Aqui”, temos a música de Erasmo Carlos na qual afirma “mas estou envergonhado com as coisas que eu vi, mas não vou ficar calado, no conforto, acomodado, como tantos por aí”. Assim, o SINASEFE vem se posicionando historicamente diante dos ataques às liberdades democráticas, bem como lutando sempre por memória, verdade e justiça em defesa das vítimas da ditadura militar no Brasil.
Na última quarta-feira (26/03), ao contrário do que ocorreu com torturadores e golpistas do período da Ditadura Militar, o país dá um passo à frente, ao tornar réu Bolsonaro e mais sete pessoas acerca da tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. E nos dá esperança de que estamos rompendo com uma história de impunidade que cerca a política e a justiça brasileira.
É um fato que Bolsonaro e muitos de seus cúmplices cometem crimes desde sempre contra os direitos humanos. Destaque especial para o momento em que se consumava o golpe parlamentar, jurídico e midiático no Congresso Nacional para derrubar a presidenta Dilma Rousseff, o ex-presidente fez homenagem ao Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos maiores torturadores da Ditadura Militar no país. Expressão de um dos mais assombrosos tempos da nossa história recente.
Por memória, precisamos destacar o golpe militar de 1964, ocorrido entre 31 de março e 1º de abril. Completam-se 61 anos desse tempo tenebroso em nossa história, em que ninguém foi punido, e ainda existem muitos militantes desaparecidos em consequência desses crimes.
Por verdade, o SINASEFE se posiciona do lado certo da história e exige que nenhuma anistia seja concedida e que todos os crimes sejam investigados e devidamente punidos.
Por justiça, é preciso reparação aos familiares e toda sociedade brasileira. Como afirma a frase corrente: “para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça”.
É óbvio, que não devemos nos amparar somente no aparato jurídico para que a justiça se faça. É preciso destacar a importância dos movimentos políticos, sociais, estudantis, sindicais, enfim, populares nas ruas, coletivamente organizados para que as mudanças de fato ocorram. E sempre partiram destes a real resistência da classe trabalhadora a toda arbitrariedade que afeta a sociedade. Inclusive as campanhas contra a anistia.
Que enquanto entidade política que lutou contra o avanço do fascismo, o SINASEFE se mantenha alerta na garantia que o fantasma do fascismo não nos assombre novamente. E que todas as ameaças às liberdades democráticas sejam denunciadas e combatidas. Portanto, devemos agora continuar na luta para a definitiva condenação daqueles e daquelas que cometeram crimes políticos, sejam os do passado, sejam esses que se apresentam no presente.
Plantão Semanal do SINASEFE
24 a 28 de março de 2025
Andréa Moraes
Secretária de políticas educacionais e culturais
Antonildo Pereira
Coordenador geral
Marlise Vitcel
Secretária-adjunta de inclusão e acessibilidade
Roni Rodrigues
Coordenador de pessoal TAE
Conteúdo relacionado
* Texto produzido para o Boletim do SINASEFE nº 639
