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Sepe-RJ denuncia aglomeração e doutrinação em escola cívico-militar no Rio

Postagem atualizada em 27/05/2021 às 14h05

O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) denunciou nesta terça-feira (25/05) a quebra dos protocolos sanitários e a doutrinação de estudantes durante atividade no pátio da Escola Municipal Cívico-Militar Carioca General Abreu. Em vídeo que circula nas redes sociais, também divulgado pela deputada estadual Mônica Francisco (Psol-RJ), estudantes repetem slogans como: “Nós somos nós e o resto é o resto” e “Brasil acima de tudo, abaixo de Deus”. A direção da escola foi exonerada, mas o Sepe considera a medida insuficiente e defende o fim da militarização. O SINASEFE é contra a militarização da educação em qualquer nível (federal, estadual e/ou municipal).

Denúncias e repercussão

O Sepe-RJ acionou o Ministério Público Estadual (MPE), a Comissão de Educação da Câmara de Vereadores e a Secretaria Municipal de Educação (SME) para que apurem os fatos inaceitáveis mostrados no vídeo acima.
“O Sepe alerta para a tentativa de criação de uma rede de ensino à parte da rede municipal de educação com unidades militarizadas que submetem seus alunos à doutrinação, retirando deles a individualidade e a capacidade de autodesenvolvimento. O sindicato entende que este modelo de escola, além de não atender a diversidade, não contribui para a formação de cidadãos com capacidade crítica”, defende o sindicato estadual.
Pressionada pelas denúncias do Sepe, a Secretaria Municipal de Educação (SME) do Rio exonerou a direção da escola municipal Cívico-Militar General Abreu. A escola fica situada no bairro do Rocha, tradicional bairro da Zona Norte considerado reduto de militares.
“A Secretaria Municipal de Educação do Rio (SME) exonerou a equipe gestora da Escola Cívico-Militar, unidade escolar localizada no bairro do Rocha, por desrespeito ao protocolo sanitário e por conduta incompatível com o ambiente escolar”, informou a SME.

Bolsonaro inaugurou escola
Inaugurada em agosto de 2020, com a presença de Bolsonaro, a Escola Municipal Cívico Militar Carioca General Abreu foi a primeira do Rio a integrar o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim). À época do lançamento do programa, em 2019, o SINASEFE denunciou a tentativa do governo de estadualizar e transformar um colégio federal, também no Rio, em escola cívico-militar, relembre o caso.

Foto: Presidência da República

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*Com informações do Sepe-RJ, PT, Agência Brasil e o Dia.

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