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Servidores em greve lacram o campus Ouro Preto do IFMG

Postagem atualizada em 11/06/2022 às 1h37

A greve na base do Sinasefe IFMG segue a todo vapor! Na madrugada desta sexta-feira (10/06), o maior dos campi do IFMG, que fica na cidade histórica de Ouro Preto-MG, foi lacrado pelo movimento paredista do nosso sindicato. O ato foi realizado justamente no aniversário de 78 anos do campus.

Por que lacrar um campus que completou 78 anos de existência?

O campus Ouro Preto-MG do IFMG completou 78 anos lutando e clamando por direitos. Infelizmente, a despeito de todo empenho daqueles que imputaram e imputam a esta instituição o seu devido valor, a antiga Escola Técnica Federal de Ouro Preto (ETFOP), agora campus do Instituto Federal de Minas Gerais, segue à míngua.

Em razão da arbitrária redução de código de vagas, o número de servidores é insuficiente para continuar a oferecer à comunidade escolar formação de qualidade – uma marca de sua longa e admirável trajetória. Agrava essa situação a aplicação da Emenda Constitucional 95/2016 (Teto dos Gastos), que impõe a derrocada do serviço público, inviabilizando, frente aos sucessivos cortes orçamentários, a manutenção da qualidade dos serviços prestados. A assistência estudantil, diante dos reduzidíssimos recursos, obriga-se a selecionar os vulneráveis dentre os vulneráveis…

Essa realidade impôs ao Sinasefe IFMG a necessidade da lutar por direitos severamente ameaçados, antes que outros tantos sejam extintos. Diante de um projeto de desmonte da Rede Federal de Ensino não há espaço para ser “flexível”.

Ou lutamos ou sucumbimos. Decidimos lutar!

Por isso, o SINASEFE e o Sinasefe IFMG estão em greve desde 16 de maio, reivindicando:

  1. Recomposição salarial emergencial de 19,99%, correspondente ao acumulado da inflação dos últimos três anos;
  2. Revogação da Emenda Constitucional 95/2016, que impôs o regime fiscal do “teto de gastos” às demandas públicas;
  3. Fim dos cortes orçamentários à Rede Federal de Educação, em todos os níveis (fundamental, médio e universitário);
  4. Arquivamento completo da PEC 32/2020 (Reforma Administrativa), que liquida com os serviços públicos e instala, de vez, as condições para a sua privatização.

O que se reivindica faz parte do rol de direitos da sociedade brasileira e, consequentemente, dos servidores públicos. A ilegalidade não parte dos servidores, mas de um governo que não prioriza os interesses e as necessidades do povo brasileiro. É certo e justo que os servidores públicos, frente às afrontas aos direitos da sociedade e dos trabalhadores, recorram à greve como instrumento de luta. A greve é um direito constitucionalmente reconhecido; a suspensão das atividades é o reconhecimento do exercício desse direito.

O campus Ouro Preto-MG do IFMG chegou aos 78 anos, mas pode não ter condições de seguir escrevendo uma história de transformação de vidas e de construção da cidadania por meio do conhecimento. Não há motivos para reverenciar um passado de conquista, quando o presente se vê atropelado por supressão do essencial.

Esse histórico e importante campus Ouro Preto-MG do IFMG foi lacrado de forma parcial, por seus trabalhadores em greve, num protesto simbólico, para que um fechamento de forma definitiva não ocorra por consequência do projeto político que está em curso no país.

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* Matéria escrita com informações do Sinasefe IFMG