Postagem atualizada em 21/11/2024 às 16h39
Entre os dias 11 e 17 de novembro, ocorreu na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) o 3º Congresso Mundial Contra o Neoliberalismo na Educação. O SINASEFE foi uma das entidades sindicais que contribuíram para a realização deste Congresso e se fez presente no mesmo.
Para Laryssa Martiniano (coordenadora geral), “o 3º Congresso Mundial Contra o Neoliberalismo na Educação foi um importante momento de integração e unidade dos companheiros e companheiras de diversas nações, no propósito de aproximação das lutas travadas simultaneamente contra o avanço neoliberal na Educação em todo o mundo.
O evento foi um verdadeiro ato de resistência da esquerda organizada mundialmente para o enfrentaremos da lógica capitalista. Percebemos, mais uma vez, que o processo educativo em todos os países passa por uma série de ataques semelhantes promovidos pela mercantilização dos processos educacionais.
Estivemos por quatro dias estudando o processo educativo pelo mundo, articulando ações conjuntas em cada um do países presentes, buscando formas de resistir e de construir coletivamente uma agenda de combate à violência neoliberal na educação”.
No âmbito das políticas educacionais, ficou evidente como o neoliberalismo se consolidou na agenda dos governos latino-americanos, mesmo os mais progressistas. As políticas de cortes, o aumento das parcerias público-privadas, as contrarreformas que precarizam e comprometem a formação de estudantes; o esvaziamento dos currículos, com predomínio de competências técnicas em detrimento do pensamento crítico e da cultura geral; além da censura contra temas relacionados aos direitos humanos e à educação sexual; são realidades comuns à educação básica e superior de toda América Latina.
Para Artemis Martins (secretária-adjunta de políticas educacionais e culturais), “fica evidente a necessidade de construirmos a unidade dos trabalhadores da educação na América Latina, a fim de barrar a onda reacionária e os graves retrocessos sociais, especialmente na educação pública. Somente a luta conjunta e organizada da classe trabalhadora será capaz de reverter esse cenário e dar à luz um projeto educacional anti-imperialista, democrático e popular”.
Outro debate central proposto no Congresso foi sobre como o entrelaçamento entre as questões de gênero, raça e classe são centrais para a construção de uma frente de resistência aos ataques neoliberais à educação.
Segundo Roberta Cassiano (membra da Comissão Nacional Docente do SINASEFE), “a atividade representou uma oportunidade crucial para uma reflexão coletiva sobre como esses fatores não só definem as experiências de opressão, mas também estruturam as desigualdades e o poder na sociedade”.
Roberta ainda destacou que “para uma luta eficaz contra o neoliberalismo, é essencial que sindicatos, partidos e organizações sociais integrem de forma estratégica e coerente esses debates, reconhecendo as diferentes realidades da classe trabalhadora, especialmente as mulheres negras e indígenas, que enfrentam condições de trabalho precárias e violências sistemática. Além disso, a precarização e privatização dos serviços públicos, como a educação e a saúde, afetam mais severamente as mulheres e as populações racializadas, tornando ainda mais urgente a necessidade de uma educação pública, democrática e inclusiva”.
Fotos
Veja as fotos do 3º Congresso Mundial contra o Neoliberalismo na Educação disponíveis em nossa galeria*:
1º dia – 11 de novembro
2º dia – 12 de novembro
3º dia – 13 de novembro
4º dia – 14 de novembro
6º dia – 16 de novembro
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* Crédito das fotos: Assessoria de Comunicação do Andes-SN