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Trabalhadoras da educação no combate à pandemia: Sílvia Almeida

Postagem atualizada em 12/07/2020 às 19h09

Desde o início de abril, o SINASEFE lançou uma campanha de solidariedade de classe. O objetivo é contribuir com a proteção de trabalhadores que estão na linha de frente no combate à pandemia e também ajudar o povo pobre a se proteger da COVID-19 e de suas consequências. A campanha também prevê a divulgação da participação de trabalhadoras e trabalhadores nas iniciativas solidárias.

Trabalhadoras em ação
Na quinta-feira (07/05) foi iniciada a publicação de uma série de entrevistas para contar um pouco das experiências solidárias de profissionais da educação ao redor do país. Confira nesta terça-feira (12/05) mais uma história de solidariedade de classe.

O atual governo não nos respeita e tenta diminuir nossa verba e capacidade porque sabe o tamanho e a importância que temos nas regiões em que operamos”.

Sílvia trabalha com a produção de protetores faciais
Sílvia Grasiella Moreira Almeida tem 43 anos, é professora e supervisora da Diretoria de Inovação, Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão (DIPPE) do IFMG, no campus Ouro Preto. Ela trabalha na Rede Federal de Educação há 14 anos, possui graduação, mestrado e doutorado em Engenharia Elétrica.

SINASEFE – Os trabalhadores do Brasil, de norte a sul, enfrentam os duros efeitos da pandemia de COVID-19. Ao mesmo tempo em que a doença se espalha, também crescem as iniciativas de estudiosas(os) e trabalhadoras(es) para contribuir com a prevenção, tratamento e possível cura da doença. Quando e como você começou a participar das ações neste sentido em seu local de trabalho? Foi uma ação voluntária?

Sílvia – A ação surgiu de uma demanda proposta pela Pró-Reitoria de Pesquisa do IFMG, para que nos reuníssemos e pensássemos (todos os campi) em ações para auxiliar e contribuir no combate ao Covid-19. Acionei os professores e o técnico da Automação Industrial e pedi que participassem das reuniões para decidirmos o que fazer. Começamos em 25/03. Como os servidores envolvidos tinham impressoras 3D pessoais, decidimos começar a fazer as máscaras/protetores faciais, com os equipamentos em casa, a partir dos insumos que tínhamos. Assim, a ação foi uma chamada, mas acabamos procurando e sendo procurados por outras pessoas que tinham acesso à impressora 3D e formamos um grupo de voluntários, que ultrapassou a dimensão do IFMG. Hoje participam alunos, ex-alunos, técnicos e professores, tanto da UFOP quanto do IFMG (campus Ouro Preto). 

SINASEFE – Produção de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), álcool em gel e produtos de limpeza estão entre as principais ações desenvolvidas por trabalhadoras(es) para enfrentar a pandemia. Pode contar um pouco a atual dinâmica destas atividades em Ouro Preto? 

Sílvia – Nos organizamos por um grupo de Whatsapp, chamado Combate ao COVID-19. Organizamos uma planilha e trabalhamos de forma horizontal. Hoje temos cinco pessoas com impressoras em casa. Parte dos insumos foi fornecida pelo IFMG, mas conseguimos também bastante dinheiro por meio de uma vaquinha virtual.  Guilherme e eu vamos comprando os suprimentos e fazemos as distribuições para aqueles que estão com as impressoras em casa. Mesmo quem não tem impressora tem trabalhado com outras ações. Tem as limpezas dos acetatos, entrega dos insumos, divulgação em redes sociais, entrega das máscaras para os demandantes, organização das planilhas de controle, e-mail para prestação de contas aos doadores, divulgação das ações por meio de entrevistas. Nosso grupo é muito bacana! Todo mundo muito ativo e satisfeito por participar de algo tão relevante neste momento! 

SINASEFE – Ao participar desta ação num momento tão delicado, seu esforço enquanto trabalhadora contribui ainda mais com a sociedade. Profissionais da educação, além de enfrentar a pandemia, lutam contra ataques cotidianos por parte do atual governo: falsas acusações, perseguições, atentados à democracia da Rede e retirada de direitos se acumulam por todo país. Qual mensagem gostaria de enviar para nossos leitores?

Sílvia – Gostaria de dizer aos leitores que com nosso trabalho fica clara uma das funções dos servidores públicos: atender às demandas da comunidade. Trabalhamos e muito! Somos transformadores da educação no país e isto não acontece porque um professor, por exemplo, atua apenas em sala de aula (como ouvimos constantemente). Este é mais um dos espaços de atuação dos servidores da educação. O atual governo não nos respeita e tenta diminuir nossa verba e capacidade porque sabe o tamanho e a importância que temos nas regiões em que operamos. Para conseguir avançar com seu plano de poder, o governo precisa que não exista quem defenda, de verdade e há anos, a educação no nosso país! Mas, acreditem, nós vamos resistir!

Distribuição de material para a Secretaria de Saúde de Ouro Preto-MG

Somos feitos de histórias de lutadoras e lutadores
Você também trabalha na Educação Federal e participa de ações de solidariedade de classe? Gostaria de contar sua história? Escreva para a Assessoria de Comunicação do SINASEFE: comunica.sinasefe@gmail.com e/ou imprensa@sinasefe.org.br

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