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Trabalhadores civis deflagram greve sanitária no CMRJ

Postagem atualizada em 18/09/2020 às 15h07

Trabalhadores civis do Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ) deflagraram, nesta segunda-feira (14/09), uma greve sanitária contra o retorno das aulas presenciais na instituição. A categoria deliberou pelo movimento paredista, por tempo indeterminado, por compreender que não existe segurança de saúde pública para um retorno imediato ao trabalho presencial no colégio.

Greve contra retorno presencial e/ou semipresencial
A deliberação da Seção Sindical do CMRJ, aprovada com unanimidade, está em consonância com a deliberação nacional do SINASEFE, tomada desde a 163ª PLENA: Greve imediata caso ocorra retorno presencial e semipresencial das aulas sem que a pandemia de COVID-19 esteja controlada: com a redução drástica do número de novos casos e óbitos diários ou sem que haja vacina comprovadamente eficaz contra a COVID-19, distribuída pelo SUS para todos.
Essa deliberação já foi informada, desde julho, ao MEC e ao Ministério da Defesa.

Sem condições de retorno
O SINASEFE compreende que não existem condições de retornar as atividades letivas, sob pena de grave risco à saúde e à vida dos servidores, alunos e familiares. “Somente haverá possibilidade de trabalhar se existir segurança declarada por órgãos ligados à saúde, como, por exemplo, o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), defende o sindicato nacional.

Tentativa de intimidação
Professor do CMRJ, Marcelo Assunção, durante entrevista à Rede Globo, na manhã desta terça-feira (15/09), foi alvo de intimidação por parte dos militares que comandam o colégio. Em sua fala, realizada às portas do colégio, Marcelo denunciou, no jornal local, a ilegalidade da retomada das aulas presenciais, além de comentar o movimento paredista em curso. Após conceder a entrevista, o professor foi questionado pelos militares, que também haviam falado com a imprensa, sobre a seção sindical não ter informado a greve ao comando. “Obviamente o questionamento não tem consistência, já que cumprimos todos os trâmites legais e nossa greve é legítima e muito necessária para assegurar a vida de trabalhadores e estudantes. O ministério da Defesa já está ciente desde julho da deliberação, e o comando local foi oficiado na sexta-feira (11/09), além de termos enviado e-mails sem receber qualquer resposta dos gestores” explica Marcelo.

Ação na justiça
Além da greve, a seção sindical também se mobiliza juridicamente contra a retomada das aulas no colégio. “Entramos na Justiça Federal da 2ª Região (1ª Vara Federal do Rio de Janeiro) peticionando pelo fechamento do CMRJ à aulas presenciais” destacou a assessoria jurídica local.

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