Vale tudo, deputado Arthur Lira?

Postagem atualizada em 05/10/2021 às 23h58

Do alto de uma pilha de processos de impeachment esquecidos, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), negocia compra de votos com emendas para a aprovação do maior ataque ao serviço público brasileiro: a Reforma Administrativa (PEC 32/2020).

O texto foi aprovado na Comissão Especial na quinta-feira da semana passada (23/09), com dispositivos que propõem a privatização da Saúde e da Educação, que reduzem o efetivo de servidores, que dão fim aos concursos públicos e que transformam as Guardas Municipais em Forças Policiais.

Mas não foi uma aprovação fácil. Lira e o relator da matéria, o deputado federal Arthur Maia (DEM-BA), articularam uma “dança das cadeiras” para que os votos necessários fossem obtidos. O resultado final foi de 28 votos favoráveis contra 18 votos contrários à Reforma.

E pasmem! Foram precisamente oito deputados colocados de maneira arbitrária dentro da Comissão.

Segundo o próprio Lira, não há garantia de 308 votos para aprovar a Reforma Administrativa no plenário da Casa. Mas como solução para seus interesses obscuros, o Presidente da Câmara e aliado nº 1 de Jair Bolsonaro no parlamento, já na sexta-feira (24/09), começou as ofertas de emendas aos parlamentares que queiram vender seus votos em favor da PEC 32/2020.

A pressão das entidades do funcionalismo público, organizadas pelo Fonasefe, está fazendo efeito. Mas não podemos parar: é preciso continuar a mobilização semanal em Brasília-DF para exigir que os deputados não votem pelo desmonte dos serviços públicos e dos direitos dos servidores.

Em plena pandemia, onde as pessoas mais precisam dos serviços fornecidos pelo Estado, não é hora de deformar os direitos da população!