Postagem atualizada em 20/10/2012 às 19h38
Período da tarde deste sábado (20) foi iniciado com apresentação de vídeo documentário “Amanda e Munike”, representando a vida dos travestis e aceitação sexual que está disponível com este nome no Youtube, sem abertura para discussões pelo GT já ter sido finalizado. A mesa de abertura da plenária “Mulheres: a luta contra a opressão e a exploração”, teve apresentação de Camila Lisboa do Movimento Mulheres na Luta – MML, setorial Mulheres do CSP- Conlutas na companhia de Maristela Farias do Movimento Quilombo Raça e Classe, setorial Negros e Negras da CSP Conlutas e de Ana Carolina Sarmento coordenadora do movimento estudantil da Fenet.
Camila fez balanço da história da mulher, que possui jornada dupla de trabalho: trabalho fora e dentro de casa; a efetividade da Lei Maria da Penha, lei que a seis anos versa sobre a violência contra a mulher entre outros temas. A palestrante expôs estatísticas que os salários são menos qualificados do que os homens; a taxa de desemprego de jovens com idade de 18 a 24 anos é de 18% entre as mulheres contra 10,6% de homens segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Pnad publicada em setembro de 2012. Os participantes receberam orientações sobre a atitude da mulher ativa à conquistar mais espaço na diretoria dos sindicatos e nas empresas privadas.
Em seguida, Maristela Farias fez recorte da dificuldade da mulher em dois momentos excludentes: ser mulher e negra. A palestrante destacou que a mulher negra ainda é vista aos olhos machistas como “meio de reprodução”, como a dona de casa ou empregada doméstica. Destaca o índice de mulheres com empregos precarizados que acabam engravidando e levadas ao aborto. Essas mulheres são consideradas assassinas, porem não possuem condições de saúde nem de sustento plausíveis para dar continuidade a gravidez, Maristela e defende: o aborto é um direito à saúde publica. Ela expõe ainda a necessidade de acabar com a condição que negros e mulheres negras são sinônimos. Também são imediatamente ligados a culturas de samba, funk, pagode e candomblé, mas a população negra como qualquer outra, possuem muitas especificidades. Essas associações, para ela, geram ainda mais exclusões.
Já Ana Carolina da Fenet fez reflexão sobre os dados apresentados pelas companheiras e alerta a mudança urgente de visualização da “mulher como mercadoria”, iniciada pela mídia (TV e capa de revistas com mulheres nuas). Carolina visualiza forma como a mulher é submissa e aproveita o espaço para chamar os movimentos a combater essa versão pejorativa.
Após as apresentações será aberta a plenária para debates passando pela trajetória da mulher na educação brasileira, a construção do masculino nas relações entre homens e mulheres, dentre outros assuntos.