Postagem atualizada em 21/03/2013 às 20h22
Hoje, 21 de março, é o Dia Internacional contra a Discriminação Racial, e o GT Identidade de Gênero e Orientação Sexual, Raça, Etnia e Trabalho Infantil do Sinasefe convida todos a refletir acerca da discriminação racial que ainda continua presente e faz vítimas em todo o mundo, seja na sociedade, no trabalho, na política, e até na educação.
O dia foi instituído pela Organização das Nações Unidas – ONU – em memória à tragédia intitulada Massacre de Shaperville. Em manifestação na cidade de Joanesburgo (capital da África do Sul), cerca de 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação especificando os locais por onde podiam circular. Neste dia, 21 de março de 1960, o exército abriu fogo contra a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186.
O passe foi uma das problemáticas geradas a partir do regime da Apartheid, que segregava, racialmente, na África do Sul. A legislação dividia os habitantes em grupos raciais: negros, brancos, de cor, e indianos, bem como repartia as áreas residenciais, muitas vezes até com remoções forçadas.
O Sinasefe relembra essa importante data, com a finalidade de que cada brasileiro combata qualquer tipo de diferenciação social por conta de raça, gênero, opção sexual, dentre outras discriminações. O referido GT acompanha os Projetos de Lei e movimentos sociais relacionados a sua temática a fim de qualificar as discussões a acontecer nas próximas reuniões desse grupo de trabalho. Por exemplo, a Lei 10.639/03, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional e inclui, no currículo oficial da Rede de Ensino, a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira devem ser ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileira.
Preconceito na UFMG
Nesse dia de luta, o Sinasefe relembra também o ato preconceituoso ocorrido na última segunda-feira (18), quando foi divulgada pela mídia e redes sociais, a fotografia de uma caloura do curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, acorrentada, pintada com tinta preta, com a seguinte frase escrita no papelão e pendurada em seu pescoço: “Caloura Chica da Silva”.
A imagem chocou a comunidade educacional, visto que, além de o trote ser uma forma ofensiva e humilhante ao novo estudante, demonstra que os futuros profissionais do país ainda não compreenderam o que foi a escravidão no Brasil e o tema ainda precisa ser amplamente debatido. De teor racista e machista, o Sinasefe repudia trotes como esses da UFMG, que causam constrangimento e retornam valores preconceituosos.