Governo inicia repressão para garantir a entrega do nosso petróleo às multinacionais

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Governo inicia repressão para garantir a entrega do nosso petróleo às multinacionais

Postagem atualizada em 21/10/2013 às 15h52

Mais de 1000 homens da Força Nacional, sob ordens de Dilma Rousseff, reprimiram violentamente na manhã de hoje a manifestação dos trabalhadores contra o Leilão de Libra, a qual seguia pacífica até a ação policial. Bombas de efeito moral e gás de pimenta foram utilizados contra os manifestantes, que se concentravam na primeira barreira montada pelo exército. Dois petroleiros ficaram feridos.

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“Parece que estamos num regime de exceção. A liberdade de manifestação está sendo cerceada. É triste ver o governo colocando as forças armadas contra seu povo. Mas nada disso vai impedir que ocupemos as ruas para protestar, denunciar e tentar barrar esse criminoso leilão do pré-sal. É o futuro do Brasil que está em jogo”, afirmou Emanuel Cancella, diretor da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e coordenador da campanha “Todo Petróleo Tem que Ser Nosso”.

Desde às 14 horas de hoje, no Hotel Windsor Barra (Avenida Lúcio Costa, 2630, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro/RJ), está acontecendo o leilão que – caso tenha sucesso – entregará às multinacionais a maior reserva do pré-sal descoberta até então. Mesmo diante do forte aparato de repressão montado, contando inclusive com a presença das Forças Armadas, a manifestação dos trabalhadores para barrar o leilão cresce a cada minuto. “Caravanas de diversas regiões do país começam a chegar e se somam à manifestação. Os petroleiros que realizam uma greve nacional cuja principal reivindicação é barrar o leilão de libra participam em peso”, destaca o dirigente da FNP, Claiton Coffy.

Clayton também denuncia o clima de hostilidade e violência contra os trabalhadores: “O governo Dilma criou uma zona de exclusão militar, de sítio. Isolou várias ruas no entorno do hotel, uma repressão muito forte. Qualquer avanço dos manifestantes a polícia ataca com bombas, balas de borrachas e gás lacrimogêneo“.

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A cobertura do Leilão de Libra é destaque nos principais jornais, telejornais e portais de internet neste momento, ocupando a capa do portal G1, que faz cobertura jornalística ao vivo da mesma. Mesmo com a repressão policial e os ataques da imprensa ao movimento (a destacar os absurdos proferidos por Arnaldo Jabor, em defesa cínica e descarada de uma privatização que em nada beneficia os interesses do povo brasileiro), a greve dos petroleiros entra no quinto dia mobilizada e fortalecida, com a adesão de várias entidades classistas que apoiam a luta contra a privatização do nosso petróleo e contra a repressão covarde do governo do PT à classe trabalhadora.

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Maior entrega da história

O leilão do Campo de Libra é o primeiro da área do pré-sal a ser vendido e representa a maior privatização da história, superando, em valores, todas as outras realizadas desde o governo FHC. Só para se ter uma ideia, até hoje a Petrobras descobriu, em seus 60 anos de existência, o equivalente a 15 bilhões de barris de petróleo. Espera-se que só Libra tenha capacidade de produzir ao menos 12 bilhões. Nos últimos dias, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) refez seus cálculos sobre a capacidade de produção diária do campo, aumentando de 1 para 1,4 milhão de barris.

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O SINASEFE é contra a repressão aos trabalhadores e contra o Leilão de Libra!

Como destacamos em nosso Boletim 535, o SINASEFE é contra o Leilão de Libra e levanta a bandeira de que o petróleo tem que ser do povo brasileiro. A convocação do Exército e da Força Nacional para reprimir os trabalhadores contrários ao leilão e em defesa da nossa soberania nacional, mostrando a sintonia do governo petista com o que FHC já havia feito em 1995, trata-se de atitude profundamente covarde e exagerada por parte deste governo. Dilma Rousseff, que sofreu na pele a violência de um regime de excessão, demonstra não possuir o mínimo de coerência com tal ato. Nós, do SINASEFE, lamentamos muito por mais esta ação da Presidência da República, que extrapola o limite do aceitável e passa a dar contornos fascistas ao seu governo.

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Com informações da CSP-Conlutas