Nota de Repúdio da DN do SINASEFE contra a cultura do estupro

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Nota de Repúdio da DN do SINASEFE contra a cultura do estupro

Postagem atualizada em 09/06/2016 às 14h59

O SINASEFE NACIONAL repudia o crime cometido por 33 homens no dia 25 de maio de 2016 contra uma menina de 16 anos numa comunidade do Rio de Janeiro.

A crueldade foi filmada e divulgada em um vídeo de poucos segundos no qual o tom de deboche, ironia e covardia imperou. Nas redes sociais e fora delas, a sociedade machista deslocou a responsabilidade e a culpa desse ato de crueldade alegando que a menina: “andava em más companhias”, “era usuária de drogas”, “já possuía um filho de três anos”, “que estava no lugar errado”, “que deveria estar com roupas justas”, ou mesmo, “deveria ter dado confiança para os rapazes”.

Mas a reflexão deveria ser sobre o que leva 33 homens a invadirem o corpo de uma mulher, de forma brutal e violenta, e sentirem-se à vontade para expor tal aberração/violação nas redes sociais.

Não podemos tolerar, enquanto Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica deste país, que práticas machistas sejam naturalizadas em qualquer lugar e/ou sob qualquer pretexto. Enquanto educadores e educadoras, repudiamos a prática machista e exigimos que este crime seja devidamente investigado e que os criminosos sejam punidos, pois a violência cometida por eles atinge todas nós!

Basta desta sociedade machista buscar justificar o injustificável! Basta de naturalizar práticas machistas que consequentemente se transformam para além da violência psíquica, emocional, cultural, simbólica e física – como a ocorrida neste último dia 25 de maio de 2016.

Repudiamos a objetivação do corpo da mulher como se fosse desprovida de sentimentos e humanidade. A nossa luta é todos os dias! Lutamos em todo lugar contra o machismo, contra as suas práticas cotidianamente reiteradas e justificadas pela nossa sociedade machista/patriarcalista!

A nossa luta é por respeito e dignidade. Lutamos para defender nossos direitos tão costumeiramente tratados como drama, exagero e desnecessário. A nossa luta é contínua. Lutamos unidas, porque assim somos mais fortes!

Não há palavras que confortem a dor e o trauma de um estupro;

Não há palavras que possam fazer justiça pela brutalidade e a violência contra a mulher;

Não há palavras que irão apagar da memória o sofrimento e a violação do corpo;

Mas haverá esperança pela união e corrente de protestos contra a cultura do estupro;

Haverá esperança que os homens se sensibilizem, apoiem e lutem junto com as mulheres, pelo combate à opressão, discriminação e todos as formas de violência contra as mulheres;

São mulheres, crianças, adolescentes, jovens, adultas e até idosas, sejam elas heterossexuais, homossexuais, transexuais, todas vítimas da violência por serem mulheres;

São mulheres trabalhadoras, estudantes, alunas, educadoras, mães;

São do lar, do chão da fábrica, da periferia, do campo, dos centros, do mundo;

São Mulheres que desejam ter o direito de decidir por seus sonhos e projetos;

São humanas, são sensíveis, são belas, são guerreiras, firmes e corajosas;

São esposas, solteiras, namoradas, mães de filhos e filhas;

São filhas, netas, sobrinhas, amigas, parentes, conhecidas por serem mulheres;

Toda mulher merece respeito, dignidade e valorização;

Toda mulher merece ser livre e respeitada pelas suas escolhas;

Não se admite culpar a vítima, a culpa é sempre do estuprador;

Nenhuma mulher pode ser culpada pela sua liberdade de ir e vir;

Nenhuma mulher pode ser culpada, abusada física, moral e/ou sexualmente pelas suas escolhas, estilos e opção de vida;

A mulher sempre será vítima e o agressor sempre será a barbárie e o criminoso;

Em nenhum caso de estupro, é momento de piadas, ofensas, criminalização e vitimização da mulher;

Não é momento de silenciamento e julgamento. Estupro é crime;

É momento de humanidade, solidariedade, respeito e de luta em defesa de todas as mulheres violentadas;

Pelo fim da cultura do estupro.

PELO RESPEITO E PELA DIGNIDADE À VIDA DAS MULHERES. POR NÓS, POR ELAS, PELAS OUTRAS!

MACHISTAS NÃO PASSARÃO! CRIMINOSOS NÃO PASSARÃO!

Direção Nacional do Sinasefe – Brasília-DF, 30 de maio de 2016

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