Identidade e resistência negra e indígena foram debatidas na terceira mesa dos GTs do SINASEFE

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Identidade e resistência negra e indígena foram debatidas na terceira mesa dos GTs do SINASEFE

Postagem atualizada em 16/09/2016 às 16h03

O segundo dia de atividades dos Grupos de Trabalho (GTs) de Políticas Educacionais e Culturais e de Identidade de Gênero e Orientação Sexual, Raça, Etnia e Trabalho Infantil do SINASEFE foi aberto com a discussão sobre “Identidade e resistência negra e indígena”. A mesa, terceira e última dos dois GTs, aconteceu na manhã desta sexta-feira (16/09), no San Marco Hotel, em Brasília-DF.

A mesa
O debate teve como palestrantes a professora do IFMA Claudicea Durans, secretária-adjunta da Pasta de Formação e Relações Sindicais do SINASEFE, e o professor do IFTO Claudemir Onasayo. A servidora técnica-administrativa do IFPI Márcia Raquel Araújo coordenou a mesa.
Claudicea abordou a centralidade da identidade entre os negros, demonstrando as várias definições de raça negra e que a identidade possui ligação com a resistência e busca de referencial. A professora lembrou da invisibilidade sobre a história do continente africano, cuja obrigatoridade foi posta recentemente, citando que experiências de matriarcado e de abortos como atos políticos, para impedir a escravização dos filhos, aconteceram na África. O trabalho doméstico, como trabalho não pago, também foi citado por Claudicea, sendo a maioria das pessoas que o fazem mulheres negras.
Para nossa diretora, é necessário resgatar a história de lutadores do povo negro e oprimido, como Zumbi e Dandara, e não aceitar a política de construção de alianças de classe. Claudicea deixou claro que o capitalismo reproduz opressões e só a luta consequente pelos trabalhadores pode nos emancipar, deixando como palavra de ordem que devemos ser “contra os governo, os patrões e todos os que nos oprimem”.
Já Claudemir Onasayo focou sua intervenção na diversidade cultural africana, que possui populações negras e brancas, sendo este continente o berço da humanidade. Ele lembrou que a luta dos negros no Brasil só é lembrada nos dias da abolição da escravidão (13 de maio) e da consciência negra (20 de novembro), mas que os negros lutam todos os dias e isso é invisibilizado.
As “beneces humanitárias” dos escravocratas brasileiros também foram desmascaradas por Onasayo: a lei do sexagenário, por exemplo, veio para desobrigar o senhor de escravos de cuidar de um trabalhador idoso e com menos saúde; e a lei do ventre livre não libertava a mãe, fazendo com que seu filho continuasse “prestando serviços” ao dono da mãe até os 21 anos e recebendo em troca apenas “pau, pano e pão”.

Os GTs
Ambos os Grupos acontecem simultaneamente desde ontem (15/09), na capital do país. Eles precedem a 144ª PLENA, que será realizada neste final de semana (17 e 18/09).
Hoje pela tarde teremos os cursos “Educação e sociedade”, ministrados pelo professor Ricardo Velho (IFC), como últimas atividades dos GTs.
Confira aqui as programações completas dos GTs e aqui a da Plenária Nacional.

Vídeo
Confira aqui o vídeo do segundo dia dessa edição dos GTs de Políticas Educacionais e Combate às Opressões.

Ao vivo
Relembre aqui a peça da cobertura ao vivo da mesa publicada em nossas redes sociais.

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