Nota do Sinasefe Urutaí-GO: Sobre a Importância do Encontro Pedagógico

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Nota do Sinasefe Urutaí-GO: Sobre a Importância do Encontro Pedagógico

Postagem atualizada em 11/08/2017 às 23h26

O Instituto Federal Goiano (IF Goiano) tem se pautado na defesa de um ensino de qualidade. Assim, é imprescindível que os agentes facilitadores do processo educacional estejam devidamente capacitados, sendo os Encontros Pedagógicos oportunidades de desenvolvimento pessoal para esses profissionais, técnico-administrativos e docentes. E é nesse contexto que temos plena convicção da importância dos Encontros Pedagógicos que antecedem o início de cada semestre letivo.
Inúmeros são os desafios enfrentados diariamente nas salas de aula, a diversidade individual e coletiva requer cada dia mais preparação. A ocupação do ambiente educacional não raramente desencadeia doenças comportamentais gravíssimas, portanto, a saúde daqueles que lidam diretamente com os alunos é fundamental, pois será impossível promover uma educação de qualidade se a saúde física e mental do educador for negligenciada.
O que presenciamos no dia do último Encontro Pedagógico vai na contramão do que o nosso instituto defende. Visto que em duas palestras feitas pelos procuradores foi exposta uma visão unilateral dos direitos e deveres dos servidores, que de forma implícita evidenciou: “Denuncismo, Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e a perda da estabilidade”. Não questionamos a atuação dos procuradores, mas sabemos muito bem que estes têm por função representar os interesses da União. É legítimo que os interesses da União sejam representados nas instituições públicas. Todavia, são representados por advogados exatamente porque não são absolutos, porque em relação a eles se podem fazer réplicas, que questionamentos já foram feitos muitas vezes e muitas vezes vitoriosos. Os dirigentes das nossas instituições são eleitos exatamente para que nunca se esqueçam que representam a comunidade e não a união, os procuradores são concursados porque não representam a comunidade, caso contrário seriam também eleitos.
Há certamente muita importância no trabalho dos procuradores, que, sem dúvida, têm à mão a possibilidade de dar pareceres negativos em PADs e outras formas de advertência, mas gostaríamos de lembrar que também tem muita importância na democracia os sindicatos, que representam os interesses dos trabalhadores, e que têm entre suas atribuições desde questionar e se mobilizar contra os interesses dos governos (travestidos de interesses da união), assim como fazer denúncias ao Ministério Público (que às vezes dão ensejo a liminares, mandados de segurança e ações civis públicas contra a opinião dos procuradores, inclusive) e por que não mover processos contra assédio moral que costumam aliás ser muito eficazes. No fundo, todos nós estamos defendendo o Estado Democrático de Direito e todas as manifestações do contraditório.
Mais importante ainda do que o trabalho dos procuradores é a democracia e a vontade da comunidade. Se os procuradores devem ser ouvidos pela gestão, com muito mais legitimidade a comunidade deve ser ouvida. Essa mesma comunidade jamais deve ser ameaçada, mesmo que sutilmente, pelo representante que elegeu. Não fosse assim, não teríamos consulta à comunidade para a escolha de nossos dirigentes, mas sim concurso público para Reitor e Diretores gerais, ou teríamos simplesmente dirigentes nomeados, a exemplo de outras instituições públicas.
Nesse sentido, transformar os Encontros Pedagógicos em espaços de intimidação é negligenciá-los como ferramenta de transformação do ambiente escolar, promovendo a insegurança e a desmotivação do quadro de pessoal. A atual conjuntura socioeconômica do país já é demasiadamente austera e desfavorável ao serviço público, devido às políticas conduzidas por uma elite minoritária que entende o Estado como mantenedor dos seus interesses ao invés de promotor da igualdade social por meio de uma melhor distribuição das riquezas do país e promoção do acesso a serviços públicos de qualidade. Não devemos reproduzir esse cenário no ambiente institucional, gerando um clima desfavorável ao ensino de qualidade.
Finalizamos esse manifesto lembrando a Direção Geral e Direção de Ensino que devemos transformar o momento da reunião pedagógica em, efetivamente, pedagógico. Precisamos perseguir a formação, a transformação, a motivação e a transposição aos desafios colocados a nossa profissão.

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