Postagem atualizada em 12/06/2018 às 19h17
A Portaria 143, de 4 de junho de 2018, no qual o Ministério do Planejamento impõe horário especial nos órgãos federais para a Copa do Mundo de Futebol, tem causado descontentamento nos servidores públicos em todo o Brasil. De acordo com o documento, nos dias em que os jogos forem realizados pela manhã, os servidores começarão a trabalhar a partir das 14h. Já quando as partidas da seleção ocorrerem à tarde, o período de trabalho será encerrado às 13h. As horas terão que ser compensadas até 31 de outubro.
Servidores decidem trabalhar
Para os TAEs, só na primeira fase do mundial, serão 12 horas de trabalho a serem repostas. “Serão três jogos com quatro horas por turno num total de 12 para compensar, isso só na primeira fase! Ou seja, são dois dias a mais de trabalho ou uma hora a mais por 12 dias. Pra quem não está com a jornada flexibilizada é muito complicado trabalhar nove horas diárias mais da metade de um mês, considerando 22 dias”, explicou a diretora Marília Souto do Sintietfal.
Apesar de gostar de futebol, Marília enxerga a portaria como arbitrária e de grandes danos para a vida dos TAEs, principalmente os que possuem filhos ou trabalham no interior. “Com a reposição dos dias de jogos da Copa, os servidores e as servidoras dos câmpus da expansão, que não tem transporte público regular, serão ainda mais penalizados, assim como as servidoras mães que terão, inclusive, despesas a mais com cuidadoras ou creches dos filhos”, prosseguiu.
Entidades nacionais já prometeram ingressar na justiça contra a portaria do governo, para que os servidores federais possam trabalhar. “A economia está um caos. Vivemos a maior crise, fiscal, política e moral da história. Os dias de jogo teriam que ser no máximo ponto facultativo. Vamos entrar na Justiça pedindo para que se abram as repartições”, afirmou Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate).
No IFAL, a compensação de horário ainda possui um agravante, o ponto eletrônico. Possivelmente, no horário dos jogos será suspensa a possibilidade de registrar a presença do servidor/a. Quer dizer, mesmo que o servidor opte por não assistir o jogo e trabalhar, as horas não serão contabilizadas.
Para o Sintietfal, o Reitor do Instituto Federal de Alagoas, em nome do próprio Conif, deve reagir à portaria e permitir que fique facultativo o trabalho durante os jogos. “Não podemos aceitar essa imposição do governo. Esperamos do nosso Reitor uma atitude contra a portaria e em defesa dos TAEs, que serão os maiores penalizados”, concluiu a sindicalista.
*Com informações Blog do Servidor.
**Matéria produzida e divulgada pela Assessoria de Comunicação do Sintietfal.