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Confira o resumo do nosso Encontro Regional Centro-Oeste

Postagem atualizada em 07/01/2019 às 17h44

O ciclo dos Encontros Regionais do SINASEFE de 2018 foi encerrado pelo Encontro Regional do Centro-Oeste, realizado em Goiânia-GO entre os dias 14 e 16 de dezembro, tendo o Sintef-GO como seção anfitriã do evento. Sediado no campus Goiânia-GO do IFG, o Encontro reuniu cerca de 40 docentes e técnico-administrativos do IFB, IFG, IFMS e IFMT.

A programação contou com cinco mesas durante os dois primeiros dias do evento, onde os participantes debateram temas como conjuntura política, sindicalismo no Brasil, Reforma do Ensino Médio, combate às opressões, Carreira Única dos trabalhadores da educação e ataques fascistas às liberdades democráticas. No terceiro e último dia, os presentes se dividiram em dois Grupos de Trabalho (GTs) para elaboração da resolução final do Encontro.

14 de dezembro (sexta-feira)

O Encontro iniciou com uma apresentação cultural de música regional e internacional feita por artistas e professores locais. Após o show, foi realizada a mesa de abertura sobre análise conjuntural, ministrada pelo presidente do Sintef-GO, Marcelo Lira, e representantes da Direção Nacional (DN) do SINASEFE. Os principais pontos frisados foram em relação ao momento político que o país vive e às possibilidades concretas de retrocessos com a eleição de Jair Bolsonaro e o conservadorismo de sua composição ministerial.

O primeiro dia se encerrou com a mesa “Ataques Fascistas às Liberdades Democráticas”, com os professores Júlio Mangini (IFB) e Marcelo Lira (IFG). Júlio expôs as causas e fenômenos sociais e psíquicos do fascismo, e retomou historicamente como ele se associou à iniciativa privada dos países onde se instaurou. Marcelo enfatizou a necessidade da esquerda construir uma frente ampla, que articule um programa político de unidade com os setores da classe trabalhadora em defesa das liberdades democráticas, das suas demandas particulares e construída a partir dos seus locais de trabalho, estudo e moradia.

Júlio analisou também a perspectiva histórica fascista no Brasil. “Atualmente 1964 está mais vivo do que nunca porque não houve nenhum tipo de condenação das ações do Estado durante os mais de 20 anos de Ditadura Militar, e a anistia foi o principal passo no sentido de jogar os crimes do regime para debaixo do tapete, porque colocou no mesmo rol torturados e torturadores, violentados e violentadores, assassinados e assassinos”, afirmou.

15 de dezembro (sábado)

A primeira atividade do segundo dia foi uma mesa que discutiu o tema “Estado e Sindicalismo no Brasil: passado, presente e futuro”, onde o professor David Maciel (UFG) traçou a história do movimento sindical em nosso país, comentando seus vínculos com o Estado, analisando seu caráter estrutural e falando das possibilidades de resistência e autonomia de classe para o futuro. “A Reforma Trabalhista modifica de forma tão profunda a organização dos sindicatos no Brasil como não víamos desde a década de 1930, com o surgimento do sindicalismo de Estado”, alertou David durante sua fala.

A mesa “Reforma do Ensino Médio e Opressões” teve como palestrantes Jelder Pompeo (IFMT), Evaldo Gonçalves (IFG), Isaías dos Santos (IFC) e Sérgio Rodrigues (IFPB). Jelder e Sérgio debateram o desmonte da Rede Federal, denunciado as reformas neoliberais implementadas pelo governo Temer e a política de conciliação de classes exercida pelo governo petista, que atrelou, na avaliação dos palestrantes, a concepção da Rede aos dos interesses do capital. Sérgio afirmou que nossa Rede necessita de investimentos desde o ensino fundamental, para permitir que os alunos entrem no ensino médio com uma base educacional já formada.

Sérgio também criticou a Reforma do Ensino Médio, que permite a contratação de professores por “notório saber” e obriga os colégios à adoção do ensino integral, apesar dos recursos estarem congelados pela EC 95/2016. Segundo Sérgio, se trata, na verdade, de garantir a abertura da educação básica para as grandes empresas: “Além dessas medidas, temos também o Ensino a Distância até o fundamental, que o novo ministro do governo Bolsonaro diz que vai implementar, acarretando em problemas para todas as áreas. Quer dizer, as mães terão que escolher entre acompanhar os filhos em casa, que estarão estudando, ou sair para trabalhar e ter que deixá-los em casa, e aí a possibilidade de eles abandonarem os estudos e se marginalizarem é maior.”

Evaldo Gonçalves ficou responsável por debater o tema do combate às opressões. Ele frisou em sua fala que os movimentos sociais em geral, entre eles o sindical, precisam se preocupar com a saúde mental da classe trabalhadora, especialmente os LGBTs, negros e mulheres. “Os ataques do governo, do capital, que estamos discutindo desde o início do Encontro, nos afligem não só fisicamente, mas minam nossas forças em todos os sentidos. Muitas vezes a gente acaba se sentindo desalentado, sem saber o que fazer. Podemos até saber objetivamente como resistir, mas não sabemos o que se passa dentro da cabeça dos nossos companheiros e das nossas companheiras, tanto que não são raros os casos de amigos e amigas nossos que tiraram a própria vida. Então, mais do que nunca, precisamos olhar uns para os outros com olhos que, além da luta, sejam de acolhimento”, frisou Evaldo.

Fechando o sábado, tivemos a mesa sobre “Carreira Única dos trabalhadores da educação”, ministrada por Paulo Reis (IFG). Ele afirmou que a defesa da Carreira Única é resultado da concepção avançada de sindicato adotada pelo SINASEFE, de organização por local de trabalho, e não por categoria. Ao longo da palestra, apresentou tópicos da lei da carreira dos TAEs, como a progressão, os vencimentos básicos, gratificações por titulação, jornadas de trabalho semanais, aposentaria etc, destrinchando e explicando seu funcionamento para o público. “Precisamos derrotar a EC 95/2016, pois as possibilidades de funcionamento das nossas carreiras, de docentes e técnicos, estão ameaçadas. Nossa proposta de Carreira Única é maravilhosa, mas precisaremos lutar não só para derrotar os ataques que estão colocados à frente, mas para defender o que temos agora. Nossos salários, nossa aposentadoria e a educação brasileira de maneira geral, que tem tido brilhantes resultados na Rede Federal”, defendeu Paulo.

16 de dezembro (domingo)

Após as discussões realizadas nos dias anteriores, os participantes se dividiram em dois GTs (um de políticas gerais e outro de políticas educacionais) para sintetizar as principais pautas levantadas e debatidas nas mesas e elaborar dois documentos: a Carta do Encontro e as Resoluções Políticas. Após a finalização dos documentos, ambos foram lidos pela mesa e abertos a destaques para o público, finalizando o Encontro Regional Centro-Oeste.

Avaliação da seção anfitriã

O presidente do Sintef-GO, Marcelo Lira, avaliou o Encontro como entusiasmante e demarcador politicamente do retorno do sindicato ao SINASEFE NACIONAL. “O Sintef-GO vem adotando, desde 2016, uma política de atuar em frentes, junto a outros sindicatos e movimentos sociais, como forma de resistir ao avanço e consolidação crescentes da reação no plano regional, representado por figuras como Caiado, aqui em Goiás, Azambuja, no Mato Grosso do Sul, Mauro Mendes, em Mato Grosso, e o Bolsonaro, no âmbito nacional. Portanto, nesse momento histórico, marcado pelos 10 anos que a Rede Federal está completando, construir a frente ampla em defesa das liberdades democráticas, em defesa dos serviços públicos, em defesa dos direitos dos trabalhadores é a saída para que consigamos lutar pela manutenção da Rede e contra seu sucateamento”, afirmou Marcelo.

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Baixe aqui a Carta do Centro-Oeste, produzida durante o Encontro Regional.

E baixe aqui os encaminhamentos apontados pelo Encontro Regional Centro-Oeste.

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*Com informações da Ascom do Sintef-GO