Governo extingue secretaria do MEC que cuidava dos surdos

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Governo extingue secretaria do MEC que cuidava dos surdos

Postagem atualizada em 09/01/2019 às 19h28

Na posse presidencial do dia 1º de janeiro, a “grande estrela” foi Michelle Bolsonaro fazendo discurso na Língua Brasileira de Sinais (Libras) e afirmando que os surdos seriam valorizados pelo novo governo. No dia seguinte, porém, o primeiro gesto do novo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, foi acabar com a secretaria que cuidava da educação dos surdos. Ainda não se sabe quem (ou se alguém!) cuidará dessas ações no governo Bolsonaro.

A atual Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) será desmontada e em seu lugar surgirá a subpasta Modalidades Especializadas. Segundo o jornal Folha de São Paulo, a iniciativa foi uma manobra para eliminar as temáticas de direitos humanos, de educação étnico-raciais e a própria palavra diversidade.

A pasta de Modalidades Especializadas deve continuar a articular as ações de educação especial, de jovens e adultos, educação no campo, indígena e quilombola.

Função da Secadi

A Secadi foi criada pelo primeiro governo Lula, em 2004, com o objetivo de fortalecer a atenção especial a grupos que historicamente foram excluídos da escolarização. Segundo descrição das atribuições da secretaria, as políticas orientadas pela subpasta deveriam considerar “questões de raça, cor, etnia, origem, posição econômica e social, gênero, orientação sexual, deficiências, condição geracional e outras que possam ser identificadas como sendo condições existenciais favorecedoras da exclusão social”.

Durante a corrida presidencial, o ainda candidato Bolsonaro já demonstrava ser contrário às políticas específicas para grupos vulneráveis, classificando esse tipo de ação como “coitadismo”.

SINASEFE é contra o fim da Secadi

O SINASEFE, que possui bases que trabalham diretamente com surdos (Ines) e cegos (IBC) no Rio de Janeiro-RJ, denuncia esta ação persecutória do governo Bolsonaro em excluir a Secadi, tomando apenas seus próprios preconceito e despreparo como base para tal iniciativa – “eliminar as temáticas de direitos humanos, de educação étnico-raciais e a própria palavra diversidade”.

A luta contra a opressão e a exclusão estará sempre presente entre as bandeiras do SINASEFE, motivo que nos faz repudiar mais este ato do governo. Surdos, cegos, negros, LGBTs etc não possuem “coitadismos”, possuem direitos que precisam ser compreendidos e respeitados. Pena que pedir compreensão da parte deste governo pareça um pouco demais…

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