Entidades divulgam carta aberta em defesa das liberdades democráticas

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Entidades divulgam carta aberta em defesa das liberdades democráticas

Postagem atualizada em 26/10/2018 às 20h56

Após realizarem, na tarde desta sexta-feira (26/10), uma entrevista coletiva com a imprensa no Rio de Janeiro-RJ, Andes-SN, ANPG, Fasubra Sindical, Fenet, SINASEFE e Une divulgaram uma Carta Aberta à sociedade e à comunidade acadêmica denunciando os ataques recentes às instituições de ensino brasileiras.

Na Carta, as seis entidades “reafirmam seu compromisso intransigente com as liberdades democráticas, em defesa das instituições públicas de ensino superior e da organização autônoma dos(as) trabalhadores(as) dessas instituições”.

Confira o texto integral do documento logo abaixo:

Carta Aberta à sociedade e à comunidade acadêmica

Em defesa das liberdades democráticas e das Instituições Públicas de Ensino Superior

Nós, do Andes-SN, da Fasubra, do SINASEFE, da Une, da Fenet e da ANPG, vimos a público denunciar os ataques orquestrados contra a Universidade Pública Brasileira, através de inúmeras ações arbitrarias da Justiça Eleitoral, que em alguns casos esteve acompanhada pela Polícia Militar ou Federal.

Desde o fim do primeiro turno das eleições gerais no Brasil, a violência, o ódio e as ações de perseguição contra LGBTTI, mulheres, jovens e negros(as) têm se intensificado, assim como os ataques à liberdade de expressão nas universidades públicas. Foram inúmeros os casos de agressões e violências, como agressões físicas, verbais e através de ameaças explícitas marcadas em paredes das universidades públicas. Além de um conjunto de fake news que visam desmoralizar as instituições públicas e o funcionalismo público.

As entidades que assinam essa Carta Aberta reafirmam seu compromisso intransigente com as liberdades democráticas, em defesa das instituições públicas de ensino superior e da organização autônoma dos(as) trabalhadores(as) dessas instituições. Nossas instituições, ao longo de todo o seu histórico, defenderam as bandeiras da democracia, das liberdades, da defesa dos direitos dos grupos marginalizados, da liberdade de expressão e da autonomia das instituições públicas de ensino. Sempre nos colocamos contra o autoritarismo, a ditadura e o fascismo. Nesse momento histórico do Brasil, em que o país está polarizado entre projetos políticos distintos, reafirmamos nossas posições históricas. Por isso mesmo, estamos sendo perseguidos.

Sabemos o que querem aqueles que nos atacam. Buscam desmoralizar a educação pública, como já vem fazendo desde 2016, ao perseguirem universidades, reitores(as), professores(as), técnico-administrativos e estudantes. Não vão nos calar! Não vamos recuar! Continuaremos nas ruas em defesa das políticas públicas, das universidades e das liberdades democráticas!

Se a Justiça Eleitoral, como expressa a decisão tomada no Rio de Janeiro, considera que faixas com a expressão “antifascistas” atacam ao candidato Jair Bolsonaro é porque a justiça eleitoral reconhece o caráter fascista das ações e propostas de tal candidato. Neste caso não deveria a justiça tomar medidas contra o fascismo? Por que em um Estado Democrático de Direito, como estabelece a Constituição Federal de 1988, perseguir os que se colocam contra o fascismo?

Por que panfletos, debates e palestras que discutem a democracia, as eleições e o que é o fascismo estão sendo considerados como propaganda eleitoral pela Justiça Eleitoral em todo o Brasil?

Reconhecemos o caráter classista e seletivo da justiça brasileira e nos indigna a posição em defesa do fascismo.

Nas ruas e nas lutas nossas entidades foram construídas e aí continuaremos. Nossas lutas não se encerram no dia 28 de outubro com o segundo turno. Ao contrário, após derrotar nas urnas o projeto contrário à educação pública e às liberdades democráticas vai permanecer o desafio de defender nas ruas a universidade pública e a democracia.

Se fere nossa existência, seremos resistência!

Não ao Fascismo!

Em defesa das universidades públicas!

Em defesa das liberdades democráticas!

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