Postagem atualizada em 14/08/2012 às 18h49
Servidores em Greve de vários setores da administração federal se concentraram em frente ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) para pressionar o governo a negociar com mais de 36 categorias paralisadas em todo o País. Os trabalhadores instalaram a partir de hoje na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, um “acampamento de greve”, cuja tarefa é manter-se em permanente vigília até sexta-feira (17). O Sinasefe faz parte do comando unificado de Greve que reúne 80% do funcionalismo público em greve. Este comando avaliou que aproximadamente 10 mil pessoas participarão da marcha nesta quarta-feira.
Por toda a semana, as categorias organizarão atos em frente a ministérios. As iniciativas são uma preparação para os encontros prometidos pelo governo federal – hoje, a partir das 17 horas a comissão de negociação do governo receberá mais uma vez o Sinasefe e a Fasubra e até sexta-feira eles se dispõem a receber representantes de todas as categorias em luta. Entre as principais reivindicações dos servidores estão à reestruturação de carreiras e a realização de concursos públicos. Na manhã de hoje, a mesa negociadora recebeu as representações dos servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), além de representantes da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef). Entre os prédios da Esplanada, muitos servidores aguardavam o desfecho das negociações com apitaço, muito barulho e manifestações.
A Presidenta Dilma foi aconselhada pelo ex-presidente FHC a endurecer com os grevistas, para que ela continue aplicando o receituário do FMI. “A presidente Dilma está num momento de dificuldade financeira e fiscal e muita pressão dos funcionários que se habituaram no governo Lula, que tinham mais folga (orçamentária), a receber aumentos”. Ele disse que defende a postura de Dilma Rousseff em manter resistência às reivindicações dos servidores federais em greve.
Para não fugir do estilo da Presidenta da República, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão adiou para a próxima sexta-feira (17) a apresentação de uma contraproposta à reivindicação da Condsef ao pedido de equiparação de salários.
Os trabalhadores pedem a equiparação de carreiras para repor perdas salariais e melhorar as condições de trabalho de cerca de 500 mil servidores de nível superior, de 18 setores, enquadrados no Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE), aos planos de carreiras contemplados pela Lei 12.277 – que trata dos rendimentos de funcionários do Ministério das Relações Exteriores (MRE), da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), das Forças Armadas, do Sistema Único de Saúde (SUS) e outros.
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes/SN) também esteve presente na manifestação, para cobrar do governo a reabertura da mesa de negociações dos docentes, que foi encerrada pelo governo mediante assinatura de acordo com uma entidade que representa menos de 5% dos docentes do país.
Imprensa tenta culpar servidores pela crise da dívida dos estados
Denúncia do site http://www.auditoriacidada.org.br, o Jornal Estado de São Paulo veiculou notícia onde procura culpar os servidores pelo endividamento dos entes federados. Porém, a notícia omite que de 1999 a 2011 a dívida dos estados com a União cresceu de R$ 121 bi para R$ 369 bi, apesar dos estados terem pago R$ 157 bilhões de 2000 a 2011. Ou seja, apesar do enorme pagamento feito pelos estados, a dívida continua gigantesca, principalmente devido às altíssimas taxas de juros nominais, compostas pelo índice IGP-DI mais 6% a 7,5% ao ano. Em 2010, tal taxa chegou a cerca de 20% ao ano.
A dívida dos estados cresce devido aos juros absurdos, e não devido ao funcionalismo, até porque os recentes empréstimos não têm servido para pagar o funcionalismo, mas para investimentos, como no caso dos financiamentos do BNDES.