Espaço Unidade de Ação: 2.500 lutadores dão recado de que “na Copa vai ter Luta”

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Espaço Unidade de Ação: 2.500 lutadores dão recado de que “na Copa vai ter Luta”

Postagem atualizada em 22/03/2014 às 21h59

A abertura da Copa do Mundo será acompanhada de grandes manifestações populares em diversas cidades do país. 12 de junho foi escolhida como a data de início da Jornada de Mobilizações “na Copa vai ter Luta”, organizada pelas entidades que se reuniram no Encontro Nacional do Espaço Unidade de Ação, neste sábado, dia 22, em São Paulo-SP.

Após cerca de oito horas de discussões, os mais de 2.500 lutadores de diferentes entidades sindicais, estudantis, sociais e populares aprovaram o manifesto “Vamos voltar às ruas – Na Copa vai ter luta” e o calendário de mobilizações. O Encontro aconteceu na quadra poliesportiva do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e contou com a participação do SINASEFE, que esteve representado pelos membros da Direção Nacional Alexandre Fleming, David Lobão, Eugenia Martins, Eulálio Costa, Luiz Sérgio Ribeiro, Samanta Maciel e Silvana Pedroso.

O manifesto ressalta os recursos destinados pelos governos federal, estaduais e municipais às obras da Copa do Mundo, em detrimento de serviços públicos essenciais à população. “A Copa do Mundo é mais uma expressão desta política desigual que privilegia poderosos e impõe situação de penúria à maioria da população. O governo federal e dos estados estão gastando mais de 34 bilhões de reais com a construção e reforma de estádios, aeroportos outras obras para a Copa, dinheiro colocado nas mãos de empreiteiras, enquanto a população pobre é despejada de suas casas para dar lugar a essas obras”, diz um trecho do manifesto.

Como forma de protestar contra essa situação, as entidades participantes pretendem mostrar ao mundo o destino dado ao dinheiro público, com gastos abusivos na construção de estádios e infraestrutura, em que os grandes beneficiados são a Fifa e empreiteiras. “Nós queremos recursos públicos para saúde, educação, moradia, transporte público e reforma agrária!”, diz ainda o manifesto (veja a íntegra do texto aqui).

O Encontro

Pela manhã, a mesa de abertura foi composta por representantes da CSP-Conlutas, de A CUT Pode Mais, Condsef, Feraesp, Fenasps, Jubileu Sul e das greves do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), Rodoviários de Porto Alegre e Garis do Rio de Janeiro, os quais receberam uma saudação calorosa do plenário (confira a moção e a homenagem do SINASEFE aos garis).

Em seguida os participantes do Encontro se dividiram em grupos temáticos para segmentação dos debates nos seguintes temas: criminalização dos movimentos sociais, discriminação e violência: luta contra opressões; defesa dos serviços públicos – contra as privatizações; passe livre e transporte público; financiamento público para a educação pública; luta por moradia e direito à cidade; reforma agrária; direitos da aposentadoria; luta contra as terceirizações, liberdade de organização sindical; saúde do trabalhador; cultura; e descriminalização das drogas.

Após isso, os lutadores saíram às ruas, numa passeata na Radial Leste, para dar um recado à presidenta Dilma Rousseff: “Dilma, escuta, na Copa vai ter luta”, gritavam os manifestantes, que ocuparam a avenida das 14 às 14h30min (veja vídeo da passeata aqui). Após uma pausa para o almoço, as atividades foram retomadas numa plenária final, que aprovou o calendário de lutas, a carta do Encontro e várias moções.

Avaliação do SINASEFE

Segundo Alexandre Fleming, secretário-adjunto de comunicação do nosso Sindicato, “a participação do Sinasefe Nacional no Encontro do Espaço Unidade de Ação foi extremamente importante por seguir todo um conjunto de ações que estão em desenvolvimento pela Direção Nacional nos últimos anos.

O acirramento dos movimentos populares a partir de junho de 2013, que demonstrou uma ruptura com direções tradicionais que já não conduziam de forma satisfatória o processo de enfrentamento com o governo federal, resumiu-se muito bem nos debates deste evento.

Esse deslocamento e essa possibilidade de abertura de novos caminhos de luta desembocaram nesse movimento que demonstra que 2014, mais do que nunca, será um ano de muita luta e resistência.

É um ano atípico, no qual devemos estar mobilizados para construir condições de enfrentamento contra os governos e garantir conquistas para a classe trabalhadora.

Nosso Sindicato, especificamente, tem um congresso na próxima semana que deve definir, para o início de abril, um movimento paredista no qual a maior parte de nossa base está empenhada e confiante em fazer uma greve de sucesso.”

Calendário

A organização das manifestações começará, efetivamente, em abril e maio, com a realização de plenárias nos estados. Entre os dias 1º e 3 de maio, acontecerá o I Encontro de Atingidos por Megaeventos e Megaempreendimentos, em Belo Horizonte-MG. Haverá, ainda, o Dia Internacional contra as Remoções da Copa, marcado para 15 de maio. Confira abaixo o calendário:

  • Abril e Maio: Realização dos encontros e plenárias nos estados para organizar o calendário de lutas;
  • Abril: Realização de um ato nacional contra a criminalização das lutas, dirigentes e ativistas, da população pobre e de periferia, vinculando ao aniversário dos 50 anos do golpe militar de 1964. Ampliar essa iniciativa para além dos movimentos sociais, procurando outras entidades como a OAB, ABI, Comissão Justiça e Paz, Comissões de Direitos Humanos etc;
  • 28 de abril: Dia de luta e denúncia dos acidentes de trabalho;
  • Abril e Maio: Jornada de lutas convocada por vários segmentos do movimento popular para defender o direito à cidade (moradia, transporte e mobilidade, saneamento etc);
  • 1º de maio: Dia Internacional do Trabalhador, com a organização e participação em atos classistas;
  • 1º a 3 de maio: Encontro de Atingidos por Megaeventos e Megaempreendimentos em Belo Horizonte-MG;
  • 15 de maio: Dia Internacional contra as Remoções da Copa;
  • 12 de junho: Abertura da Jornada de Mobilizações “na Copa vai ter Luta”, com grandes mobilizações populares em todas as grandes cidades do país;
  • Período dos jogos da Copa: realização de manifestações nos estados conforme definição dos encontros e plenárias estaduais;
  • 15 e 16 de julho: Mobilizações contra a Cúpula dos BRICS (Fortaleza-CE);
  • 1º a 7 de setembro: Semana da Pátria e Grito dos Excluídos, com o lema “Ocupar ruas e praças por liberdade e direitos”.

Com informações da CSP-Conlutas