CNG vaia Dilma e exige negociação de verdade

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CNG vaia Dilma e exige negociação de verdade

Postagem atualizada em 24/05/2014 às 22h04

O Comando de Greve do SINASEFE arrancou da boca de Dilma, na manhã desta sexta-feira (23/05), a garantia de que vai haver negociação com a nossa greve. Em evento da Arena de Participação Social, realizado em Brasília-DF, a Presidenta foi vaiada e ouviu palavras de ordem do CNG que cobravam a abertura de negociação com os trabalhadores da Educação Federal.

Acuada com mais um vexame que ocupou os principais veículos de comunicação do país, que mesmo sendo contra nossa luta não puderam negligenciar a ação, coube a Dilma admitir que respeitará nosso movimento para não demonstrar sua atual intransigência: “Aqui nós todos somos democráticos. Vocês têm todo o direito de se manifestar. Vamos negociar da melhor forma”, disse a Presidenta. Assista o vídeo do protesto aqui.

Não foi a primeira vez que isso aconteceu. Dilma ser vaiada não é ato isolado e a abertura da Copa das Confederações no ano passado é exemplo máximo disso. Só em nossa greve deste ano, essa já é a quinta vez que isso acontece. Em Belém, no dia 25 de abril, ela ouviu vaias em evento do Pronatec. Fato que se repetiu em outros dois eventos deste Programa no último dia 16, em João Pessoa-PB e Teresina-PI. E nesta semana, ontem em Anápolis-GO e hoje na capital federal, as vaias e cobranças voltaram.

A insatisfação da sociedade com a forma como o governo destina recursos para as elites (banqueiros, agronegócio, pagamento de juros e amortização da dívida etc) e sucateia serviços públicos essenciais, como transporte, saúde e educação públicas, se evidenciou nas jornadas de junho do ano passado e continua pertinente com as greves em curso, entre elas as da Educação Federal, e na desaprovação crescente ao governo.

O que conseguimos hoje não foi pouco: vaiar a principal liderança política do país estando a poucos metros dela é uma tarefa que todo o aparato de repressão estatal se mobiliza para evitar, seja com o credenciamento nos eventos fechados, aparelhos detectores de metais, revistas em bolsas, elevado número de seguranças etc.

Mas nem isso foi capaz de nos impedir: o CNG do SINASEFE conseguiu se infiltrar no evento e, mesmo estando em minoria, protagonizou a ação de maior reverberação na solenidade de premiação da Arena de Participação Social.

Após a ação, fomos convidados pelo secretário-adjunto da Presidência da República, Geraldo Magela, para um início de negociação, e o mesmo, reunido com o CNG, ouviu nossas reivindicações e um histórico da greve e das tentativas de negociação que buscamos até aqui.

Levamos a nossa solicitação: queremos ser recebidos pelo Ministro da Educação, Henrique Paim, que estava presente no evento, e saímos do espaço deixando claro ao secretário Magela que enquanto isso não acontecer encontraremos Dilma em todos os estados, em cada evento de sua agenda, denunciando sua intransigência e cobrando a abertura de negociação real da parte do seu governo.

Não é admissível que o governo destine R$ 151 bilhões ao agronegócio na segunda e reúna-se com ele na noite de sexta enquanto que trabalhadores em greve são ignorados sistematicamente.

Se o governo Dilma quer mesmo partir para o desgaste, como deixou claro na última terça-feira (20) em audiência no MPOG, então vamos à luta e vejamos quem se desgasta mais. Apostamos que não seremos nós: somos trabalhadores da Educação Federal, temos o pior piso da Esplanada dos Ministérios e estamos em uma greve justa, por direitos. A sociedade quer uma educação pública, gratuita e de boa qualidade: é por isso que estamos lutando!

A partir de agora nossas ações vão se radicalizar até sermos atendidos. Que Dilma cumpra o que disse e negocie “da melhor forma”: para isso, o ministro da Educação e a ministra do Planejamento devem nos receber e dizer como e em qual prazo vão nos atender.

Não queremos mais conversar com mensageiros sem autorização para negociar de verdade como tem sido feito. Queremos uma proposta do governo de solução dos nossos problemas escrita em um papel para iniciar um diálogo. E até aqui, 34 dias após a greve, isso não aconteceu.

Vamos à luta. Vamos à radicalização! Vamos ao fortalecimento da nossa greve para dar ao governo a resposta de porque estamos aqui!

Texto publicado no Informativo de Greve nº 9