Postagem atualizada em 27/05/2014 às 19h21
Reunidos em Nova Friburgo (RJ) de 15 a 18 de maio, 81 delegados eleitos em assembleias em todo o país decidiram, por unanimidade, conclamar os trabalhadores do IBGE a paralisarem suas atividades a partir de 26 de maio.
Não se trata de uma greve apenas por melhoria salarial, que também está na pauta de reivindicações, mas de um movimento em defesa do IBGE. Já não é mais possível aceitarmos uma Direção que abaixa a cabeça para cortes orçamentários e teima em desconhecer a crise em que ela mesma mergulhou o IBGE.
A distância entre o que pensa e determina a Direção e a realidade da Casa é gritante. Isso coloca na ordem do dia a necessidade de democratização do IBGE, com a mudança de seu Estatuto para permitir a escolha, pelo voto direto, de seu Presidente, do Conselho Diretor, dos Chefes de Unidades Estaduais e Coordenadores de Pesquisas.
A falta de pessoal e de estrutura para trabalhar nos leva a pedir um SOS IBGE à sociedade brasileira, maior interessada num IBGE forte, capaz de retratar a realidade do país.
Queremos trabalhar, mas para isso é preciso:
- Plena autonomia técnica do IBGE, que passe a ser tratado como um órgão de Estado e não de governo;
- Reversão dos cortes orçamentários e recursos suficientes, sem contingenciamento, para cumprir o plano de trabalho;
- Concursos públicos para substituir temporários nas pesquisas contínuas e suprir as vagas abertas com aposentadorias crescentes;
- Salários no patamar das carreiras dos órgãos do Ciclo de Gestão (Banco Central, IPEA, CVM, Susep);
- Salários e direitos iguais para os trabalhadores temporários, enquanto eles existirem no IBGE;
- Democratização do IBGE: Fora Wasmália e o Conselho Diretor, substituição das chefias de Unidades Estaduais;
- Eleições Diretas, já, e Congresso Institucional para discutir o futuro do IBGE.