Postagem atualizada em 15/12/2015 às 10h48
Mais de 80 trabalhadores de diversas bases do SINASEFE participaram, na última sexta-feira (11/12), do Seminário de Carreira e Aposentadoria da entidade, realizado no Carlton Hotel, em Brasília-DF. Além da análise conjuntural, também foram debatidos o Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) e as modificações nas carreiras a partir do novo acordo (ainda não assinado). O debate sobre aposentadoria foi feito na manhã de sábado por causa de mudanças de agenda da palestrante.
Carreiras
A primeira mesa de debates do seminário, com o tema “As carreiras a luz do acordo de greve”, teve como expositores Aliomar Silva (Comissão Nacional de Supervisão do PCCTAE) e Fabiano Farias (Comissão Nacional Docente). Em sua apresentação, Aliomar destacou a necessidade de sistematizar e atualizar informações sobre as atribuições de cargos, que segundo ele podem se perder em “caderninhos” engavetados nas instituições. Fabiano, chamou atenção para a falta de lógica da atual tabela docente, defendendo a extinção das atuais classes, que criam a abstrata noção de potenciais diferentes entre os profissionais. Ele também comentou a proposta de unificação das carreiras, que ainda exige a superação da mentalidade de alguns professores e técnicos que não aceitam a ideia de estar na mesma carreira.
Conjuntura
Durante a avaliação da conjuntura, com as exposições de David Lobão (CSP-Conlutas/SINASEFE) e Guilherme Boulos (Movimento dos Trabalhadores sem Teto), o tema da crise econômica e política no Brasil foi recorrente nas falações dos participantes. Para David Lobão, as contradições e a falta de respostas do governo são latentes e demonstram a necessidade de organização dos trabalhadores. Ele destacou, ainda, a importância de ampliar iniciativas como o Espaço Unidade de Ação.
Fazendo uma retomada histórica do período de governo petista, Guilherme Boulos lembrou que nos primeiros anos desta fase o país cresceu em média 4%, o que facilitou a estratégia de conciliação de classes aplicada pelo partido. Segundo ele esta condição permitiu o manejo do orçamento com o incentivo ao consumo, aumento progressivo dos salários e do crédito e o consequente atendimento dos interesses burgueses.
No entanto, em 2008, com a explosão da crise financeira internacional, essa “mágica” começou a dar sinais de esgotamento, ele salientou. As mobilizações começam a se intensificar, em 2012 se registram numerosas greves, em 2013 os protestos de rua já demonstram a insatisfação da população e em 2014 o preço das commodities despenca, além das eleições serem acirradíssimas.
Boulos finalizou sua explanação indicando a necessidade de não se calar diante dos ataques do governo e de enfrentar a política direitista. Para ele, é preciso disputar a insatisfação social aprofundada pela política de ajuste fiscal e ao mesmo tempo disputar o campo que se vincula ao governo. A defesa de Guilherme foi do impulsionamento da formação de um campo social e político – claramente contra as políticas do governo no calor de lutas -ÂÂÂ construindo o campo de saída à esquerda com árduo trabalho de base, não apenas com programas ultrarrevolucionários.
RSC
A última mesa de debates da atividade, sobre o Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) teve a participação da Fasubra, representada pelas diretoras Adriana Stella e Fátima Reis, e do SINASEFE, Ronaldo Souza (CNS) e David Lobão (CPRSC). As representantes da Fasubra, em suas intervenções, esclareceram que a entidade não é contrária a possibilidade de concessão do Reconhecimento, no entanto, o tema está em debate nas bases da categoria. Outro item lembrado foi a demanda dos técnicos substitutos, especialmente diante da necessidade de afastamentos para capacitação. Ronaldo e Lobão fizeram uma retomada histórica do do RSC (tanto para técnicos, quanto para docentes) e destacaram a satisfação do SINASEFE em debater o tema com a entidade coirmã.