O velho e novo na política de 2017: com Renan ou sem Renan, é tempo de enfrentamento!

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O velho e novo na política de 2017: com Renan ou sem Renan, é tempo de enfrentamento!

Postagem atualizada em 09/12/2016 às 1h09

O recente episódio de Renan Calheiros no Senado é mais um exemplo didático do caráter do Estado, de seu papel no ataque aos trabalhadores, especialmente em momentos de crise, bem como do período contraditório em que estamos vivendo em que o velho e novo caminham lado a lado.

Afinal, quem é Renan Calheiros? Que setores ele representa? Quem é o homem capaz de descumprir uma decisão do STF e manter-se no poder? Velha raposa do PMDB alagoano, conhecido por passar incólume por diversos escândalos de corrupção representa a modernização da velha oligarquia.

Não se trata mais dos velhos coronéis de voto de cabresto, apesar dessas práticas ainda subsistirem, o coronelismo moderno é ligado não somente ao latifúndio, mas ao agro-negócio. Não tem somente uma postura de imposição, busca a conciliação, inclusive com setores que foram retirados recentemente do poder, como foi visto no acordo com Jorge Viana do PT para mantê-lo na mesa e continuar a pauta de votações acordada.

Essa é a marca do tempo atual, recentemente Ricardo Antunes, em vídeo, comparou os retrocessos da reforma trabalhista com o retorno à escravidão. Talvez seja mais adequado pensar em regimes de trabalho capitalistas tão intensos e tão modernizados que permitem explorações vividas logo após a abolição. Regimes aliados à tecnologia e mecanismos de controle e intensificação do trabalho que nos fazem trabalhar no domingo à noite quando olhamos um e-mail do chefe ou recebemos um WhatsApp de um aluno.

Em tempos como este, em que o Estado mostra que a divisão de poderes é meramente formal frente aos objetivos da classe dominante. Tempos em que a animosidade entre as autoridades estabelecidas ainda se coloca abaixo da necessidade de priorizar projetos de lei que nos retiram direitos básicos, como a PEC 55. É preciso que nós também saibamos equacionar os nossos novos e velhos métodos de organização, utilizar as redes sociais, compartilhar as notícias da luta e retomar as ações radicais de enfrentamento nos locais de trabalho, de estudo e de moradia, fazer com que 2017, o velho-ano novo, seja pautado também pela luta!

“Eu estava sobre uma colina e vi o Velho se aproximando, mas ele vinha como se fosse o Novo. Ele se arrastava em novas muletas, que ninguém antes havia visto, e exalava novos odores de putrefação, que ninguém antes havia cheirado.”

Parada do Velho Novo – Bertold Brecht

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