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Justiça para Moïse Kabagambe

Postagem atualizada em 04/02/2022 às 19h56

Com angústia e preocupação, acompanhamos as notícias e imagens do assassinato covarde do jovem negro Moïse Kabagambe, morto por cobrar pagamentos atrasados de seu empregador em um quiosque no Rio de Janeiro-RJ.

O espancamento de Moïse, congolês refugiado pela guerra em seu país, que veio ao Brasil em busca de paz, gerou uma forte onda de comoção.

Essa onda, contudo, não pode passar desapercebida e precisa gerar, no mínimo, dois processos no seio de nossa sociedade: a reflexão sobre o racismo estrutural que domina o Brasil e sobre a banalidade com a qual vidas negras são ceifadas.

Moïse, um trabalhador de 24 anos, com toda uma vida pela frente, foi amarrado e espancado com um taco de beisebol, num ato de brutalidade e selvageria que sugere um ambiente de barbárie, não de um Estado Democrático de Direito.

A prisão dos envolvidos é um passo importante para que o mínimo de justiça seja feita à memória de Moïse, mas não é o passo final dessa história. É preciso apurar outras responsabilidades, inclusive a de se o crime foi motivado por um mandante – que, supostamente, pode ser um militar.

Nossa indignação com a situação se estende, também, a todas as demais vidas pretas que são ceifadas, por via de violência, em nosso país. Moïse não é um caso de exceção em nossa sociedade, mas, infelizmente, se trata de uma regra: negros e negras são mais vulneráveis às mortes violentas no Brasil, fruto da banalização da violência contra essa população e do racismo estrutural proveniente da falta de políticas públicas para proteção dessa parcela do povo.

Precisamos valorizar as vidas da classe trabalhadora para que casos como o de Moïse Kabagambe não se repitam e, para isso, se faz necessário lutar contra o racismo, contra a xenofobia e contra o fascismo.

Justiça para Moïse Kabagambe!
Moïse Kabagambe, presente!

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