Combate às opressõesNotasNotícias

Março: não queremos flores, queremos permanecer vivas!

Postagem atualizada em 28/03/2023 às 18h22

Elisabeth Tenreiro, 71 anos, professora da Rede Estadual de Ensino de São Paulo, morta a facadas no dia 27 de março de 2023, em seu local de trabalho. Seu assassino, uma criança de 13 anos que havia sido advertida por Elisabeth dias antes do atentado pela prática de racismo no ambiente escolar. Elisabeth foi morta por cumprir seu dever de educadora e cidadã.

Camila Lisboa, primeira mulher eleita Presidenta do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo, uma mulher negra que liderou uma greve de sua categoria e que veio a público, no mesmo dia 27 de março de 2023, denunciar que desde a última sexta-feira (24/03) vem sofrendo ameaças de morte em suas redes sociais e teve suas imagens compartilhadas em grupos de WhatsApp da extrema direita, com mensagens misóginas e racistas.

Marielle Franco, mulher, lésbica, negra, periférica, assassinada durante seu mandato como Vereadora pela cidade do Rio de Janeiro-RJ em 14 de março de 2018. Marielle era defensora dos Direitos Humanos. Seu mandato era marcado pela denúncia contra o genocídio da população preta nas favelas do Rio de Janeiro-RJ. Há cinco anos de seu assassinato, ainda não se descobriu quem foram os mandantes do crime.

O que esses três casos têm em comum? A comprovação de que o Brasil não é um lugar seguro para os grupos historicamente marginalizados (mulheres; negros e negras; população LGBTQIAP+).

A impunidade dos assassinos de Marielle autoriza a intensificação da violência política de gênero que vitimiza as mulheres que se propõem a denunciar e combater as opressões vividas por esses grupos. A impunidade no caso Marielle vem autorizando a vitimização de centenas Elizabeths e Camilas.

Nós fomos capazes de derrotar o bolsonarismo e a extrema direita nas urnas, mas seus frutos continuam convivendo conosco e ameaçando nossa existência. Precisamos derrotar o fascismo e a extrema direita para resguardar nossas vidas!

Por tudo isso, a Coordenação de Políticas para Mulheres do SINASEFE vem:

  • oferecer seu pesar aos familiares e amigos de Elisabeth e toda a comunidade acadêmica da Escola Estadual Thomazia Montoro;
  • prestar sua solidariedade à companheira Camila Lisboa e às(aos) metroviárias(os) de São Paulo;
  • exigir a apuração e punição dos mandantes da morte de Marielle Franco.

Fazemos uma apelo a todos e todas aqueles e aquelas que são capazes de se indignar com tamanha violência e insegurança que vivem as mulheres na sociedade brasileira: que sejamos radicalmente anti-machistas, anti-racistas, anti-LGBTQIAP+fóbicos; que nos levantemos contra qualquer tipo de opressão; e que estejamos dispostos(as) a combater essas práticas em todos os espaços da sociedade!

“Você tem que agir como se fosse possível transformar radicalmente o mundo. E você tem que fazer isso o tempo todo”.
Angela Davis

Marielle Franco e Elisabeth Tenreiro, presentes!

Coordenação de Políticas para Mulheres
Maíra Ferreira Martins (secretária)
Fernanda Rosá (secretária-adjunta)