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Nota de solidariedade irrestrita aos professores Carlos e Aline (Campus Ibirama – IFC)

Postagem atualizada em 16/12/2022 às 9h22

O SINASEFE divulgou nesta quarta-feira (07/12) uma nota de apoio e solidariedade irrestrita aos sindicalizados Carlos Bartel e Aline Meyer. Ambos trabalham no campus Ibirama, do IFC, e enfrentam dura perseguição após se manifestarem contra os cortes de verbas, em junho de 2022.

Nota de solidariedade irrestrita aos professores Carlos e Aline (Campus Ibirama – IFC)

A Direção Nacional do SINASEFE manifesta seu irrestrito apoio e solidariedade à professora de Artes, Aline Meyer e ao professor de História, Carlos Eduardo Bartel do Instituto Federal Catarinense (IFC), vítimas de perseguição política nas redes sociais e agora de um injustificável processo na Comissão de Ética do IFC.

Em 9 de junho deste ano, docentes de vários institutos federais do país protestaram contra o bloqueio de 14,5% do orçamento de universidades e institutos federais de ensino, pelo governo Bolsonaro. No IFC Campus Ibirama (SC), servidores paralisaram as atividades por 24 horas e estudantes se uniram ao ato. Os estudantes, em consonância com o chamamento feito pelas entidades estudantis nacionais, participaram com a confecção de cartazes que foram expostos pelos campi. Durante a manifestação, o professor Carlos postou uma foto no seu perfil do Instagram, ao lado da professora Aline, ao fundo aparece uma bandeira do Brasil com pintura propositalmente inacabada, simbolizando a falta de recursos para a educação, e a hashtag #TiraAMãodoMeuIF.

Desde então, perfis bolsonaristas com ajuda de políticos locais e de outros estados começaram uma campanha de difamação dos docentes. Carlos denunciou os ataques virtuais ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) no momento dos ataques e, por e-mail, o MPSC informou que a representação seria remetida ao Ministério Público Federal (MPF). Agora no início de dezembro os docentes foram informados que uma denúncia saiu das redes sociais e se transformou em um processo de apuração por parte da Comissão de Ética do IFC.

A postura dos gestores do IFC em todo esse ocorrido tem variado entre conivência com os agressores bolsonaristas e hipocrisia no tratamento da questão. Por um lado a Reitoria do IFC, via Conif e canais próprios, divulgou notas repudiando os cortes orçamentários, tanto em junho quanto agora em novembro, chegando a enviar e-mail aos servidores e estudantes lamentando a posição do governo.

Contudo, essa mesma instituição que supostamente diz lamentar os cortes orçamentários, decidiu acolher uma denúncia absurda contra dois professores que se manifestaram em defesa da educação e contra os cortes! A denúncia é tão descabida que deveria ter sido arquivada de imediato sem nenhum tipo de diligência, infelizmente não foi o que ocorreu.

Mais grave ainda foi o posicionamento da Direção do Campus Ibirama. No dia do ocorrido (09/06) o Campus foi invadido por um bolsonarista que, com o aval da direção, tirou diversas fotos dos cartazes feitos pelos estudantes e na sequência postou nas redes sociais, iniciando uma perversa campanha de difamação contra os professores Carlos e Aline.

Esse cidadão, que entrou no Campus sem nenhuma justificativa ou necessidade, ao invés de ter sido convidado a se retirar, foi solenemente recebido pela Direção do Campus.

Fazemos um chamado à Reitoria do IFC para que, ao invés de ser conivente, ou mesmo cúmplice, com a perseguição de servidores que lutam diariamente na defesa da instituição, dê o suporte institucional aos mesmos diante da evidente perseguição da qual estão sendo vítimas.

O SINASEFE se solidariza Aline Meyer e Carlos Bartel, nossos sindicalizados, e se posiciona contra qualquer tentativa de cercear a liberdade de expressão e a pluralidade de ideias nos Institutos Federais. Reiteramos nosso compromisso em defesa da educação e pela liberdade de expressão e direito a protestar contra os ataques ao ensino.

Direção Nacional do SINASEFE

Baixe aqui a nota acima (formato PDF, 1 página).

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