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Repúdio ao nazismo no governo

Postagem atualizada em 18/01/2020 às 15h24

O governo Bolsonaro, em fala do secretário de cultura Roberto Alvim, reproduziu uma declaração nazista, de autoria do ministro da propaganda do nazismo Joseph Goebbels, sem nenhum pudor ou constrangimento.

Além de plagiar um texto e não ter sequer hombridade para admitir esse fato, Alvim ainda teve a ousadia de dizer que “concorda com a ideia”, provocando uma onda de indignação em toda a sociedade.

Jair Bolsonaro se negou a demitir o secretário de início. Mas os pedidos pela queda do secretário, que começaram com entidades da sociedade civil, chegaram até os presidentes da Câmara (Rodrigo Maia), do Senado (Davi Alcolumbre) e do Supremo Tribunal Federal (Dias Toffoli), forçando o governo a demitir Roberto Alvim ou a admitir o nazismo explicitamente em seu interior – o que é crime!

Apesar do discurso autoritário e assustador proferido por Alvim, a revelação de uma ligação direta do governo Bolsonaro com o nazismo e o fascismo só impressiona quem desconhece o governo.

Bolsonaro não demitiu Alvim por discordar das ideias de Goebbels, mas por não ter condições de comprar uma “briga” contra os presidentes do Senado, da Câmara e do STF no momento em que tenta aprovar um novo pacote de ataques contra a classe trabalhadora e os povos originários e em favor de grandes empresários e latifundiários.

Essa demissão em nada anistia o governo de promover uma política cultural higienista, anti-povo e excludente. O fato de ter admitido este e outros nazistas e fascistas em secretarias, ministérios e presidências de estatais é uma prova da nocividade deste governo à democracia do país – governo que, diga-se de passagem, para ser eleito tentou esconder sua verdadeira face com fugas de debates e disparo de fake news por aplicativos.

Nazismo é crime em nosso país e é inaceitável que um governo brasileiro admita nazistas e fascistas em seus quadros!

O que disse Goebbels

Segundo o livro Goebbels: a Biography, de Peter Longerich, o líder nazista afirmou: “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada.”

O que disse Roberto Alvim

Nó vídeo divulgado pela Secretaria Especial da Cultura, Alvim afirmou: “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada.”

Nazismo é crime

Fazer apologia ao nazismo é crime inafiançável no Brasil de acordo com a lei 7716/1989.

A apologia ao nazismo se trata do ato de promover e/ou praticar, sob qualquer argumento ou meio, as ideias, a doutrina e/ou as instituições adotadas pelo extinto Partido Nazista da Alemanha, responsável pelo genocídio de mais de 6 milhões de judeus durante a 2ª Guerra Mundial.

No final do ano passado, em Unaí-MG, um pecuarista local ostentou uma suástica em seu ombro num bar, à mostra de todos. A Polícia Militar foi chamada, mas se negou a realizar a prisão em flagrante do criminoso.

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