Postagem atualizada em 12/07/2020 às 19h10
O Brasil não pode parar.
Mas, para aí, rapidão. Na humildade, tem um minutinho pra dar uma atenção?
Tem que tá vendo. Na moral, vou perguntar pra você: cê tá de acordo com isso aí que é tudo bem uns morrer?
Eu tô ligado, companheiro, não dá pra parar. Cada um sabe quantas bocas tem pra alimentar.
Mas, veja bem, colocar em risco nossa vida, nosso povo e a preocupação deles é ser eleito de novo? Ou tão preocupado com nós?
Quebrada, não se ilude. Mesmo com a pandemia, o quê que esses cara faz pra saúde?
Agora é bonzinho? Preocupado com quem não come? Alguém me cita um plano de governo pra combate à fome?
Pra quem vem da margem, sem novidade! Lição pra boy saber quem move a economia de verdade.
“Ah! Ficar em casa é atitude de covarde”.
Ué?! Não é o cara que na eleição corria dos debates?
Seu papo de patriota, cá pra nós, já não cola. Uma pandemia mundial, seu conselho é abrir escola? Que é só uma gripezinha, tudo bem uns falecer?
Não respeita nem a família dos que votaram em você. Sem despedida, sem velório, vários sendo enterrados. Imagina a mãe, o pai e o filho ouvindo: “é só um refriado.”
Já que o papo é COVID, convite fica a você: já imaginou seus pais ouvindo que “só velho vai morrer”?
Quem puder ficar em casa e me desculpe a insistência, mas fake news no WhatsApp, amigo, não é ciência.
Uns tão lavando as mãos. Põe a mão na consciência. Não facilita pro vírus nem pro verme da Presidência.
Eu tô atento e tenho só observado carreata pra voltar ao trampo só com carro importado.
Na fila do matadouro, alguém gritou: “vai dar errado!”
Mesmo assim, tem boi na fila torcendo pro rei do gado.
Eu sigo na torcida por nós, pela vida.
Vocês não imaginam a saudade que eu tô da minha família.
Mas tudo isso vai passar em breve, será só memória. Tanto o vírus quanto o pior Presidente da história.
Ficha técnica
Poesia e voz de Lucas Afonso, MC, arte educador, campeão do Slam Brasil e representante brasileiro na Copa do Mundo de Poesia.